“Eu quero que se exploda a infidelidade partidária.” Com essas palavras, o senador Cleitinho (Republicanos), usando um boné do PL, participou do anúncio da chapa de Bruno Engler (PL) à Prefeitura de Belo Horizonte, junto com membros do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

 

O senador foi destaque na convenção, aparecendo em slides, discursando e estrelando o merchandising eleitoral ao lado dos líderes da legenda.

 



 

Recentemente, o líder da “Família Azevedo” foi surpreendido com a chegada de Alexandre Kalil ao Republicanos, seu partido atual. O senador, que foi informado sobre a vinda do ex-prefeito à legenda no mesmo dia que a imprensa, estava se preparando para ser o nome indicado ao governo de Minas quando recebeu o telefonema.

 

 

Na proposta apresentada a Kalil para filiação, estava justamente o Palácio Tiradentes, tão desejado pelo senador.

 

 

Com a chegada de Kalil, os bastidores esquentaram. Enquanto o ex-prefeito negociava a presidência do Republicanos, Cleitinho recebeu diversas propostas. A mais interessante foi a do PL, que, embora ventile dentro da legenda o nome do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) como candidato em Minas, não pretende lançá-lo ao governo em 2026.

 

 

Segundo interlocutores do partido bolsonarista, o deputado mineiro é de extrema importância no Congresso Nacional e não perderá essa oportunidade no futuro, podendo ser candidato em outras eleições.

 

 

Com os caminhos livres para Cleitinho, foi garantido ao senador que ele poderia até negociar uma vaga de vice com seus aliados do Novo, mesmo partido a que pertence o prefeito de Divinópolis e seu irmão, Gleidson Azevedo.

 

 

Fontes afirmaram à coluna que a chapa ideal seria com a adesão do governador Romeu Zema (Novo), que deseja impulsionar seu vice, Mateus Simões (Novo), ao cargo de governador. Neste caso, se o acordo fosse selado, Cleitinho viria como cabeça de chapa, e Simões manteria o cargo de vice.

 

 

Embora a ida para o PL esteja 90% pavimentada, Cleitinho ainda pretende dar uma última chance à sua atual legenda. Amigos próximos do senador disseram à coluna que ele deseja conversar com Alexandre Kalil sobre os planos para Minas. A conversa seria feita nas próximas semanas. Eles afirmam que, sem um bate-papo oficial, é impossível decretar um futuro para as tratativas.

 


Segundo essas fontes, o desejo de Cleitinho é tomar uma decisão com “calma e paciência” para não prejudicar colegas e aliados políticos. “O partido do Cleitinho é o PP, Partido do P ovo”, brincou um aliado.

 

 

Também foi dito que o senador estava na convenção do PL por dever muito a Bruno Engler. “Ele tem uma admiração pelo Bruno e, por isso, não deixaria de ir.” O deputado estadual será o candidato do senador em BH, mesmo o Republicanos tendo Mauro Tramonte na corrida.

 

 

De última hora

A coluna antecipou que a Coronel Cláudia seria vice na chapa de Bruno Engler, anunciada nessa sexta-feira (2/8), na convenção do PL. A decisão foi tomada depois de muitas articulações encabeçadas pelo deputado estadual. O nome da militar foi indicado por Engler, mas enfrentou uma resistência enorme dentro do partido.

 

 

Líderes, incluindo o presidente mineiro da legenda, Domingos Sávio, acreditavam que uma chapa puro-sangue poderia ser prejudicial à campanha bolsonarista em BH. Apesar dessa resistência, as negociações seguiram de outra forma e o pré-candidato anunciou sua colega e amiga como vice em sua chapa.

 


Hoje não

Dentro do PL, o nome da vereadora Flávia Borja (DC) era o mais elogiado para o cargo de vice de Engler. Esposa do ex-deputado federal Fernando Borja, a parlamentar é conhecida por seus posicionamentos conservadores e cristãos. Na Câmara Municipal de BH, ganhou um apelido dos seus colegas: “Barbie Fascista”.

 

 

Uberlândia

Fora da disputa pela Prefeitura de Uberlândia desde a desistência do deputado Caporezzo (PL), o Partido Liberal definiu o vice na chapa de Paulo Sérgio (PP), que também conta com o apoio do União Brasil, Podemos e Democracia Cristã (DC). Vanderlei Pelizer representará a sigla de Jair Bolsonaro na aliança, que será oficializada na convenção partidária na próxima segunda-feira.

 

 

Governador Valadares

A Associação dos Aposentados, Pensionistas e Empregados das Empresas Patrocinadas da Valia negou à Justiça Eleitoral ter contratado a pesquisa eleitoral em Governador Valadares. Conforme noticiado na coluna no dia 30/7, a Justiça Eleitoral suspendeu a pesquisa encomendada pela campanha do Coronel Sandro (PL) sob suspeita de fraude grave.

 

 

A pesquisa foi oficialmente paga pela Associação, abrindo brecha para questionamentos sobre o interesse de uma instituição de aposentados em um levantamento eleitoral e a credibilidade da empresa contratada, que não possui histórico registrado na área. A decisão judicial impõe multa diária de R$ 10 mil e caracteriza crime de desobediência em caso de divulgação dos resultados.

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