A aliança entre PT, PCdoB e PV, que formam uma federação partidária, está enfrentando uma crise interna que pode levar ao rompimento em breve. O principal motivo do desgaste é a insatisfação do PCdoB e do PV com a forma como o PT tem conduzido as candidaturas nas eleições municipais em Minas Gerais. Fontes apontam que o PT lançou nomes sem representatividade local em várias cidades do interior, o que gerou descontentamento dentro da federação.

 

 

A estratégia petista de escolher candidatos sem base política sólida, aparentemente visando apenas ao acesso ao fundo partidário, tem gerado críticas. Esses candidatos seriam escolhidos, em grande parte, por uma liderança com grande influência partidária, que tem aspirações a uma vaga na Câmara Federal. Cidades como Nova Serrana, Bom Despacho, Itapecerica, Pitangui e Pará de Minas são exemplos onde o PT lançou nomes com pouca expressão eleitoral, mas que receberam consideráveis recursos do fundo eleitoral.

 

Em Nova Serrana, por exemplo, o candidato Fábio do Restaurante recebeu R$ 100 mil do fundo eleitoral, mas obteve apenas 340 votos, bem abaixo das expectativas. Situação semelhante ocorreu em Bom Despacho, onde o candidato recebeu R$ 90 mil e conquistou apenas 794 votos. Em Itapecerica, o candidato obteve R$ 68 mil e apenas 240 votos, e em Pitangui o resultado foi de 432 votos após um aporte de R$ 50 mil. Esses números demonstram um descompasso entre o investimento financeiro e o retorno nas urnas.

 

 

A crítica interna aponta que os petistas estariam mais preocupados em preencher vagas e garantir recursos, sem considerar a viabilidade política local. Alguns membros da federação acreditam que o partido pode estar minando candidaturas que poderiam competir com progressistas em 2026, já que as eleições municipais também são uma forma de fortalecer bases eleitorais. Esse cenário tem gerado desconforto, especialmente dentro da federação, que vê a estratégia com reprovação.

 

Os atritos não se restringem ao campo político, mas também envolvem questões pessoais. A disputa por espaços, recursos e visibilidade tem alimentado o descontentamento de lideranças locais, que não percebem mais a federação como um projeto coeso, mas como uma aliança pragmática e insustentável. O PV, por exemplo, está cada vez mais distante do PT, cogitando romper o acordo e buscar uma nova estratégia eleitoral para as próximas eleições.

 

 

A questão das câmaras municipais está no centro da crise. Quando a federação foi criada, uma das promessas foi garantir uma distribuição equilibrada das vagas nas câmaras, para que todos os partidos tivessem representação proporcional em um número maior de cidades. No entanto, as candidaturas petistas em muitos municípios não alcançaram nem 5% dos votos, o que prejudicou a distribuição de cadeiras e gerou frustração nos partidos.

 

O PV, que já possui uma representação modesta em Minas, vê suas chances de fortalecimento político comprometidas. Se o racha se confirmar, os impactos serão diretos nas próximas eleições, tanto na Câmara dos Deputados, quanto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

 

Na política, a falta de sintonia entre aliados pode ser o prenúncio de desfechos imprevisíveis. A disputa por recursos e representatividade pode ser o ponto de inflexão para novos capítulos dessa crise interna. Resta saber se a federação conseguirá sobreviver ao desgaste ou se o rompimento será inevitável.

 



 

Cancelado

 

O encontro que ocorreria nessa sexta-feira (8/11), entre o vereador Juliano Lopes (Podemos) e a bancada eleita do PSOL foi adiado. A reunião tinha como pauta a sucessão da presidência da Câmara, cargo para o qual Lopes é candidato. O encontro havia sido articulado durante reunião com os vereadores eleitos e reeleitos, organizada por Fuad Noman (PSD).


Minas, uai!

 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), embarcou em sua missão internacional à China no último sábado (2/11), com o nobre objetivo de atrair mais investimentos chineses para o estado. E, claro, para deixar uma impressão duradoura, a comitiva do Governo de Minas não poupou esforços: levou presentes que são verdadeiros ícones mineiros. Entre os itens escolhidos, não poderiam faltar o doce de leite, o café, a cachaça e, claro, uma réplica de uma obra de Aleijadinho.

 

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Sem redes

 

As redes sociais do PT de Minas Gerais “passaram batido” no encontro da prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), com o presidente Lula na última quinta-feira (7). Já a reunião de Fuad Noman (PSD), prefeito de Belo Horizonte, com o líder petista no mesmo dia, foi devidamente divulgada. Marília, que nos últimos meses protagonizou diversas disputas internas no partido, tem causado ruído entre as lideranças. Recentemente, chegou a afirmar que não pretende disputar o governo de Minas, em grande parte devido a essa divisão interna.

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