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Ana Mendonça
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EM MINAS

Álvaro Damião e o desafio do equilíbrio

Fato é que, politicamente, o prefeito em exercídio tem mostrado habilidade. Nos bastidores, ensaia uma reaproximação com a Câmara e decidiu manter Bruno Miranda

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“Não dá para fazer política com o fígado.” A frase de Álvaro Damião (União-Brasil), dita quase como um mantra, parece ter sido moldada ao peso das últimas semanas. À frente da Prefeitura de Belo Horizonte nos últimos cinco dias, o vice-prefeito tenta equilibrar pratos que giram em velocidades diferentes. De um lado estão os vereadores, sempre sedentos por atenção e negociação. Do outro, a herança de Fuad Noman (PSD), cujas decisões reverberam na gestão. E, claro, ele também precisa equilibrar os problemas de uma cidade que não espera por acertos políticos para cobrar soluções práticas.


Fato é que, com os corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) praticamente desertos e os vereadores da nova legislação ainda tentando entender a Câmara Municipal, quando o assunto é política, o novo prefeito parece tomar todos os holofotes.

 


Embora o prazo inicial fosse de 15 dias, não há data definida para Damião deixar o comando da Prefeitura. Uma nova avaliação será feita, mas, segundo fontes da PBH, a situação depende diretamente do estado de saúde do prefeito Fuad Noman, que segue internado e recluso, em contato apenas com a família.


Enquanto isso, a gestão interina avança com foco no futuro. A diretriz é clara: agir como Fuad agiria, independentemente de quando – ou se – ele retornará. Nos últimos cinco dias, Damião intensificou as agendas. Reuniu-se com secretários, sancionou nove projetos de lei – recebendo vereadores aliados e também aqueles que votaram em Juliano Lopes (Podemos) para presidência da Câmara –, discutiu medidas para enfrentar as chuvas que atingem a cidade e começou a planejar a volta às aulas. Na sexta-feira (10/1), ele estará na cerimônia de lançamento da área de escape do Anel Rodoviário, reforçando o compromisso de manter a cidade em movimento.


A oposição ainda não tem um consenso quando o assunto é o prefeito em exercício. À coluna, dois vereadores deram depoimentos contrastantes. Enquanto um elogiou o estilo de diálogo de Damião, outro o acusou de traição nos bastidores. O motivo? Dias antes da votação que elegeu Juliano Lopes como presidente da Câmara, foi o vice de Fuad quem articulou uma candidatura alternativa, com Bruno Miranda (PDT) à frente. A estratégia, no entanto, soou precipitada. Sem explicações e já cantando vitória, Damião tornou-se alvo de críticas, materializadas em um cartaz exposto no plenário com os dizeres: “Já ganhamos”. A frase, usada para ironizar o prefeito em exercício, simbolizou a tensão nos bastidores.

 

Os aliados, por outro lado, não economizam elogios. À coluna, afirmaram que Damião conhece Fuad como poucos, tendo estado ao seu lado durante toda a campanha, o que lhe permite agir exatamente como o prefeito faria. Ressaltaram ainda sua experiência política: ex-vereador, Damião entende os desafios do cargo e as limitações impostas pela administração municipal, que por vezes ignorou até mesmo seus próprios aliados. Para os colegas, o apresentador de TV que agora ocupa o cargo de prefeito tem potencial para ser o elo que faltava – capaz de reconstruir pontes e dar continuidade ao mandato com mais diálogo e abertura.


Fato é que, politicamente, o prefeito em exercício tem mostrado habilidade. Nos bastidores, ensaia uma reaproximação com a Câmara e decidiu manter Bruno Miranda como líder de governo. Miranda ocupa o posto desde 30 de março de 2022, escolhido por Fuad Noman para suceder Léo Burguês, que exerceu a função durante parte da gestão de Alexandre Kalil.

 

 

“Força Fuad”

Enquanto a cidade se adapta à ausência temporária do prefeito Fuad Noman, o clima de apoio à sua recuperação tem sido visível por Belo Horizonte. Mensagens de solidariedade à sua recuperação surgiram em pontos de ônibus enviados pela SEPEX MG. Internado na UTI do Hospital Mater Dei, Noman, por meio de suas redes sociais, agradeceu o carinho da população e garantiu que retornará ao cargo em breve. “Sigo me recuperando a cada dia e, em breve, estarei de volta, com ainda mais entusiasmo e dedicação, para continuar à frente de nossa amada Belo Horizonte, governando para todos os belo-horizontinos”, disse o prefeito.

 

 


Falcão quer AMM

O prefeito reeleito de Patos de Minas, Luis Eduardo Falcão (Novo), anunciou sua candidatura à presidência da Associação Mineira de Municípios (AMM) para o triênio 2025-2028. A eleição, marcada para abril, o coloca em oposição à reeleição de Marcos Vinícius Bizarro, ex-prefeito de Coronel Fabriciano, que ficará sem mandato. Falcão critica a presença de ex-prefeitos à frente da AMM, defendendo que a entidade deve ser liderada por prefeitos em exercício.

 

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8 de janeiro

O vereador Pedro Rousseff (PT) protocolou na Câmara Municipal de Belo Horizonte um projeto de lei que proíbe a nomeação de condenados pelos crimes do 8 de janeiro de 2023 para cargos públicos no município. O PL visa barrar a nomeação de quem foi condenado por tentativa de golpe ou abolição violenta do Estado Democrático de Direito, até o cumprimento integral da pena. Rousseff justifica a medida como uma forma de garantir ética e moralidade no serviço público.

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