Ana Mendonça
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EM MINAS

A marca de Juliano Lopes nas primeiras mudanças na CMBH

O regimento interno volta à versão anterior, restringindo o acesso ao plenário apenas aos vereadores

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Juliano Lopes (Podemos) assumiu o comando da Câmara Municipal de Belo Horizonte e, na primeira reunião do colégio de líderes, já deixou sua marca. A gestão promete mais organização e regras rígidas. O regimento interno volta à versão anterior, restringindo o acesso ao plenário apenas aos vereadores.

 

Também ficou decidido que dois projetos serão votados por dia e que a sala da Presidência estará disponível para reuniões de todos os parlamentares. O Executivo, por sua vez, vai reenviar à Casa o projeto de R$ 1 bilhão para obras. Além disso, as segundas-feiras serão sempre sem votação, enquanto as terças marcarão a inclusão de projetos na pauta.

 

 

Na reunião, o foco esteve na definição de membros e lideranças das comissões, cuja publicação está prevista para este sábado (1º), além dos ajustes finais. Além dos projetos lidos nos últimos dias de plenário no ano passado, a prioridade será a análise dos vetos ao Projeto de Lei do Orçamento Anual (PLOA) 2025, de autoria do Executivo.

 

 


Na distribuição das comissões, a estratégia foi evidente: Juliano Lopes montou um tabuleiro favorável aos seus aliados. O PSD, partido do prefeito, e o União Brasil, do prefeito interino Álvaro Damião, ficaram de fora das cadeiras de maior peso. Já a família Aro, representada politicamente pelo secretário estadual Marcelo Aro, deve ficar com duas comissões.

 


A Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), a mais estratégica da Casa, será de Uner Augusto (PL), partido com a maior bancada. A de Administração Pública, que tem influência direta nas pautas municipais, será comandada por Wagner Ferreira (PV). Já a Comissão de Direitos Humanos, antes apontada para Pedro Patrus (PT), deve ficar com Juhlia Santos (PT) – mudança que pode gerar ruídos dentro da oposição.

 


Com o fim do recesso, os vereadores voltam ao plenário com uma cena sutilmente alterada. Gabriel Azevedo (MDB), ex-presidente da Casa e outrora a voz mais estridente contra o preço das passagens de ônibus, já não se faz presente – nem para pressionar, nem para embarcar no debate.

 

Enquanto isso, a tarifa subiu 9,5%, e o reajuste deve voltar à pauta, mas sem um protagonista declarado. No vácuo de liderança, uma resolução assinada por 16 vereadores tenta reduzir o valor das passagens, mas ninguém parece disposto a carregar o holofote.

 


O que chama atenção é a autoria do documento: a bancada do PL puxou a iniciativa, enquanto nomes da esquerda, que historicamente se opõem ao reajuste, não assinaram. A justificativa oficial ainda não veio, mas a ausência já abriu margem para questionamentos nos bastidores.

 


Em off, um vereador admitiu surpresa com a postura da esquerda e sugeriu que há espaço para ampliar o apoio à resolução. Segundo ele, outros parlamentares não assinaram por estarem fora de Belo Horizonte, e o número de adesões pode chegar a 20 ou 23. Nos corredores da Câmara, a expectativa é de que a pressão aumente para que os vereadores que ficaram de fora repensem suas posições.

 


A Comissão de Mobilidade Urbana, que liderará a discussão, deve ficar com Braulio Lara (Novo). A confirmação sai neste sábado (1º). Se isso representa um endurecimento contra o Executivo ou conivência, ainda é cedo para dizer. Historicamente, Lara tem uma postura combativa, como mostrou na CPI da Lagoa da Pampulha.

 


Como o EM Minas destacou na semana passada, a base de Fuad Noman segue desorganizada. Com o prefeito afastado por problemas de saúde e Álvaro Damião, prefeito interino, sem conseguir assumir o controle das articulações, a situação permanece travada. Foi dito à coluna que as ações serão implementadas de forma gradual.

 


Essa lentidão pode explicar por que parte da esquerda ainda não se alinhou à resolução sobre as passagens, já que o impasse trava a Prefeitura de Belo Horizonte, aliada ao grupo.
Além dos vetos, dos projetos da antiga legislatura e do transporte público, temas como o carnaval e o impacto das chuvas devem dominar as primeiras discussões. Mas é bom observar: na política, quando há consenso demais, alguém paga a conta. No caso do transporte público, essa conta já chegou à população.

 

Salários do STM

 

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) não poupou críticas aos salários pagos a servidores do Superior Tribunal Militar (STM), em dezembro, com base em dados do portal da transparência. O alvo principal de sua indignação foi o ministro Artur Vidigal de Oliveira, que, segundo ele, recebeu mais de R$ 300 mil.

 


Juiz de Fora

 

A Justiça suspendeu o bloqueio de novos repasses de recursos da saúde para Juiz de Fora, na Zona da Mata, feito pelo governo de Minas, após uma cobrança de R$ 28 milhões referente à construção do Hospital Regional. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público, questionando o descumprimento de um acordo de 2022. Além disso, determinou a retomada da segurança armada no hospital, com multa diária caso a medida não seja cumprida. A disputa entre o município e o estado segue em embate judicial.

 

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Newton Cardoso

 

O ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso (MDB), de 86 anos, está internado há alguns dias para tratar da saúde. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (31) pela família, que revelou também que o quadro clínico dele “inspira cuidados”. Os motivos da hospitalização e o local
da internação não foram informados.

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