Novembro Azul é uma campanha de conscientização realizada por diversas entidades no mês de novembro dirigida à sociedade e, em especial, aos homens, para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata.
O câncer de próstata é o câncer mais comum e a segunda maior causa de morte por câncer nos homens. Cerca de 1,4 milhão de novos casos e 380 mil óbitos são previstos no mundo pela doença, o que corresponde a um aumento em relação ao ano de 2012 de 9,7% e 9,2%, respectivamente. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registrará 71.740 novos casos a cada ano deste triênio (2023-2025), um aumento de 8,5% em relação à estimativa anterior (2020-2022), que era de 65.840 casos anuais. No país, os tumores malignos de próstata respondem por três em cada 10 casos de câncer diagnosticados nos homens.
Problemas para urinar, sensação de que a bexiga não se esvazia completamente e sangue na urina são indícios que indicam um estadio avançado da doença. Dores ósseas, principalmente nas costas, sugerem a presença de metástases, fase em que a doença já é incurável. O diagnóstico sempre deve ser obtido antes que os sintomas surjam, para que o tratamento tenha altas chances de cura.
Fatores causais: oportunidade
para prevenção
Vários estudos sugerem que maus hábitos alimentares, como uma dieta rica em gordura e proteína de origem animal, alimentos industrializados, enlatados, adocicados, embutidos artificialmente conservados elevam os índices de substâncias potencialmente cancerígenas no organismo, como a nitrosamina e o IGF, um fator similar à insulina, com propriedades estimuladoras do crescimento de células tumorais. A obesidade e o sedentarismo igualmente elevam os riscos. Portanto, uma dieta saudável, rica em verduras, legumes, frutas, grãos e peixes, além da prática regular de atividades físicas e manutenção do peso ideal seriam as principais medidas preventivas.
Quando realizar os testes genéticos:
Recomenda-se a pesquisa dessas mutações quando houver histórico de câncer de próstata com escala de Gleason maior ou igual a 7 (essa classificação é feita em função das características celulares e histológicas que constituem o tumor, de acordo com seu grau de agressividade: Gleason igual ou maior que 7 corresponde a tumores de agressividade alta ou intermediária) e mais as seguintes situações: 1) Pelo menos um parente de primeiro grau com histórico de câncer de mama, ovário ou próstata com diagnóstico feito em idade abaixo dos 51 anos, 2) Pelo menos dois parentes com histórico de cânceres de mama, ovário ou próstata em qualquer idade. O ideal é que se faça o teste genético primeiramente em um paciente que teve o câncer. Uma vez detectada uma mutação específica, essa alteração deve ser também pesquisada nos familiares consanguíneos, com vistas ao planejamento de um rastreamento ativo com dosagens seriadas de PSA e mesmo outros exames para a detecção precoce também dos demais tumores que compõem a síndrome, com início idealmente em idade abaixo dos 40 anos (recomenda-se o início do rastreamento 5 anos abaixo, na idade, daquela em que foi diagnosticado o câncer no familiar cujo diagnóstico ocorreu em idade mais jovem). Todas essas condutas e exames, bem como o aconselhamento genético pré e pós testes, devem ser realizados por especialistas com larga experiência em oncogenética.
Mais recentemente, as principais entidades médicas internacionais sugerem que os testes genéticos sejam realizados em todos os pacientes com câncer de próstata avançado, até porque o encontro de mutações patogênicas nos genes de recombinação homóloga como BRCA-1 l, BRCA-2 e ATM se tornaram mais recentemente indicação para terapia-alvo com drogas alvo-específicas denominadas inibidores de enzima PARP, como o olaparibe. Mais recentemente, a imunoterapia também passou a ser avaliada no tratamento do câncer de próstata com resultados promissores.