A IARC (Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer) divulga as últimas estimativas da carga global de câncer. São estimados que 20 milhões de novos casos e 9,7 milhões de mortes por câncer tenham ocorrido no mundo em 2022.

Informações detalhadas sobre incidência e mortalidade para 185 países e 36 tipos de câncer comuns agora disponíveis no banco de dados GLOBOCAN da IARC.

Essas estimativas revelam o fardo crescente do câncer, seu impacto desproporcional nas populações mais carentes e a necessidade urgente de se abordar de forma mais responsável as desigualdades do câncer em todo o mundo.

A origem do câncer, na grande maioria dos casos, se dá por conta de hábitos de vida e fatores externos. Exposição ao sol, radiação, alimentação inadequada, produtos químicos ambientais e ocupacionais, cigarro, álcool e vírus abrem portas para a manifestação da mutação celular. Eles são responsáveis por aproximadamente 85% dos diagnósticos. Há, entretanto, 10% a 15% de casos influenciados pela genética, através de determinadas mutações gênicas que são herdadas e têm a capacidade de aumentar sobremaneira o risco a determinados tipos de câncer.



O câncer de pulmão foi o câncer de ocorrência mais comum em todo o mundo em 2022, com 2,5 milhões de novos casos, quase um em cada oito de todos os novos casos de câncer.

O câncer de mama feminino, estimado como o mais comum em 2020, ficou em segundo lugar, com 2,3 milhões de casos. E também foi a principal causa de morte por câncer em 2022, causando 1,8 milhão de mortes, quase 1 em cada 5 de todas as mortes por câncer naquele ano.

O câncer colorretal foi a segunda causa mais comum de morte por câncer, causando 900 mil mortes, quase uma em cada 10 de todas as mortes por câncer naquele ano.

Informações detalhadas sobre incidência e mortalidade para 185 países e 36 tipos de câncer comuns agora disponíveis no banco de dados GLOBOCAN da IARC.

Os investigadores encontraram disparidades na incidência global e na mortalidade do câncer por sexo. Para as mulheres, o tipo de câncer mais comumente diagnosticado e a principal causa de mortalidade por câncer foi o de mama, enquanto para os homens foi o de pulmão. O câncer de mama foi o tipo mais comum em mulheres em 85% (n = 157) dos países. Para os homens, o da próstata e o colorretal foram o segundo e o terceiro tipos mais comuns, enquanto o câncer hepático e o colorretal foram a segunda e a terceira causas mais comuns de mortalidade por câncer, respectivamente. Para as mulheres, o de pulmão e o colorretal foram a segunda e a terceira principais causas de incidência e mortalidade por câncer, respectivamente.

O câncer do colo do útero foi o oitavo tipo mais comum mundialmente e a nona principal causa de mortalidade por cancro, sendo responsável por 661.044 novos casos e 348.186 mortes. Foi também o tipo de câncer mais comum nas mulheres em 13,5% (n = 25) dos países, muitos dos quais estavam na África Subsariana. Mesmo reconhecendo níveis de incidência variáveis, os investigadores ressaltaram que o câncer do colo do útero pode ser eliminado como um problema de saúde pública a partir do aumento da iniciativa da OMS para a eliminação do câncer do colo do útero.

As estimativas globais revelaram desigualdades marcantes no fardo do câncer de acordo com o desenvolvimento humano. Em países com um Índice de desenvolvimento humano muito elevado, 8,3% (n = 1/12) das mulheres podem ser diagnosticadas com câncer de mama durante a vida e 1,4% (n = 1/71) das mulheres podem morrer da doença. Em contrapartida, em países com um baixo índice de desenvolvimento humano, embora apenas 3,7% (n = 1/27) das mulheres possam ser diagnosticadas com cancro da mama durante a sua vida, 2,1% (n = 1/48) delas podem morrer devido ao câncer de mama.

 

 

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