As mulheres jovens têm maior probabilidade do que as mulheres mais velhas de desenvolver tumores de mama biologicamente agressivos. As razões para essa mudança ainda não são completamente conhecidas. As principais diferenças e tendências temporais da sociedade dos últimos 30 anos correspondem a fatores chamados de epigenéticos, como taxas mais elevadas de obesidade, sedentarismo e consumo de alimentos processados.

A utilização de microplásticos no ambiente também aumentou nos últimos anos. No entanto, não há dados que mostrem causa e efeito definitivos. Por outro lado, os levantamentos demonstram que o aumento do câncer da mama avançado em mulheres jovens não pode estar relacionado a grandes alterações genéticas na população, uma vez que os aumentos ocorreram apenas nas últimas três décadas – demasiado rápido para uma mudança genética.

 



Não há mais casos de mulheres mais jovens com mutações nos genes BRCA, PALB2 ou TP53, por exemplo. Entretanto, o câncer de mama em mulheres jovens é frequentemente familiar, e cerca de metade das mulheres com câncer de mama com menos de 30 anos apresenta uma mutação germinativa nos genes BRCA1, BRCA2 , PALB2 ou TP53 (considerados como genes de alta penetrância).

 

Há evidências de que a exposição a produtos químicos ambientais e o consumo de mais alimentos processados – que eram um problema menor na década de 1970 – poderiam explicar o motivo do aumento do câncer de mama mais agressivo nas mulheres jovens. No entanto, havia muito poucos estudos sobre a segurança dos produtos químicos ambientais, como os contidos em garrafas plásticas, ou o impacto da ingestão de mais alimentos processados. O uso de álcool é um fator de risco conhecido para câncer de mama em todas as faixas etárias.

 

RECOMENDAÇÕES PARA MÉDIO RISCO

A Sociedade Americana de Câncer traçou recomendações de triagem para mulheres com risco médio de câncer de mama. Considera-se que uma mulher tenha um risco médio se ela não tiver uma história pessoal de câncer de mama, uma forte história familiar de câncer de mama ou uma mutação genética conhecida por aumentar o risco (como dos genes BRCA, TP43 e PALB2) e não fez radioterapia torácica antes dos 30 anos de idade.

 

Mulheres entre 40 e 44 anos têm a opção de iniciar o rastreamento com mamografia todos os anos.

 

Mulheres entre 45 e 54 anos devem fazer mamografias todos os anos. Mulheres com 55 anos ou mais podem mudar para uma mamografia a cada dois anos ou podem optar por continuar com as mamografias anuais. A triagem deve continuar enquanto a mulher estiver com boa saúde e que tenha a expectativa de vida de pelo menos mais 10 anos. Os exames clínicos das mamas isoladamente não são recomendados para o rastreio do câncer de mama entre mulheres de risco médio em qualquer idade.

 

RECOMENDAÇÕES PARA ALTO RISCO


Mulheres com alto risco de câncer de mama com base em certos fatores devem fazer uma ressonância magnética e uma mamografia todos os anos, a partir dos 30 anos. As que devem ser consideradas de alto risco são:

 

- As que têm um risco ao longo da vida de desenvolver câncer de mama de cerca de 20% a 25% ou mais, de acordo com ferramentas de avaliação de risco baseadas principalmente no histórico familiar


- As que apresentem uma mutação conhecida nos genes BRCA1, BRCA2, TP53 e PALB2 ou que possuam diagnóstico de síndromes hereditárias de predisposição a câncer de mama, como síndrome de Li-Fraumeni, a síndrome de Cowden ou a síndrome de Bannayan-Riley-Ruvalcaba (com base em testes genéticos)


- As que possuam um parente de primeiro grau (pai, irmão, irmã ou filho) com mutação nos genes BRCA1, BRCA2, TP53 e PALB2


- As que fizeram radioterapia no tórax antes dos 30 anos

 

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