Não. Mas isso pode ser gerenciado. E com uma boa gestão, quaisquer cânceres que se desenvolvam a partir dele podem ser detectados precocemente, quando são mais tratáveis. Há a possibilidade do uso crônico de aspirina para a prevenção da formação de pólipos intestinais e, consequentemente, de câncer colorretal (é a chamada quimioprevenção).

 

Como os portadores da síndrome de Lynch devem ser rastreados ?

 

Os riscos para cada mutação são diferentes, portanto, as abordagens variam. De um modo geral, porém, os portadores das mutações MLH1 ou MSH2 apresentam riscos mais elevados do que as pessoas portadoras das mutações MSH6 ou PMS2. Então, se alguém é saudável e ainda não foi diagnosticado com câncer, recomendamos:


Grupo de maior risco (mutações MLH1 e MSH2)

 

- Colonoscopia anual começando entre 20 e 25 anos.


- Ultrassonografia transvaginal e/ou biópsia endometrial anualmente ou a cada dois anos.

 

Endoscopia digestiva alta a cada dois anos

 



 

Também recomenda-se que todos os portadores da síndrome de Lynch façam exames de citologia de urina para descartar câncer de bexiga e agendem uma consulta com um dermatologista para fazer um exame cutâneo inicial e estabelecer uma rotina de acompanhamento. Existe um tipo específico de tumor de pele chamado ceratoacantoma que os portadores da síndrome de Lynch têm maior probabilidade de desenvolver.


Mulheres podem considerar uma histerectomia (retirada do útero) ou ooforectomia (retirada dos ovários) profiláticas quando terminarem de ter filhos. Isso ajudará a reduzir o risco de câncer de endométrio e ovário.

 

Grupo de baixo risco (mutações MSH6 e PMS2)

 

- Colonoscopia anual começando entre 30 e 35 anos.

- Ultrassonografia transvaginal e/ou biópsia endometrial a cada dois ou três anos.

 

Quais são os últimos avanços da síndrome de Lynch?

 

Do lado do tratamento, os tumores relacionados à síndrome de Lynch provaram ser altamente responsivos aos inibidores do ponto de controle imunológico. Isso porque são hipermutantes, o que significa que acumulam centenas de milhares de mutações. Isso os torna um alvo fácil de ser reconhecido pelo sistema imunológico.


Do lado da prevenção, os ensaios clínicos demonstraram que um analgésico comum de venda livre – a aspirina – pode reduzir o risco de os portadores da síndrome de Lynch desenvolverem certos tipos de câncer, ativando respostas imunológicas específicas no corpo. Também temos um ensaio clínico em andamento que explora se uma vacina pode ajudar a prevenir o câncer colorretal e os pólipos pré-cancerígenos. Isto poderia ser potencialmente uma virada de jogo para os portadores da síndrome de Lynch.

 

Qual é a expectativa de vida de alguém com síndrome de Lynch?

 

Os portadores da síndrome de Lynch podem ter vidas saudáveis e produtivas. O fato de ser portador da síndrome de Lynch não significa necessariamente a certeza de se ter câncer.

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