Estou, de certa forma, seguindo um critério antigo de entrar o ano novo com a saúde bem investigada. Tenho ido aos meus médicos habituais, porque eles sabem de meus males tanto quanto eu. Mas de um deles escutei, dia desses, uma afirmação que balançou minha ignorância: quem sofre de diabetes não fica livre da barriguinha incômoda.




Queria por força que ele me indicasse um remédio para ficar livre do problema – uma dessas injeções que acabam com qualquer barriga, e ele me desanimou com essa afirmação. Esse tipo de injeção não adianta – a protuberância incômoda volta logo. Eu que não sabia dessa verdade cruel, tive que me conformar, porque confio totalmente em sua sabedoria profissional.


Só faltava saber disso da diabetes, doença crônica que afeta milhões de pessoas em todo o Brasil. Caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, a diabetes resulta da insuficiente produção de insulina ou da sua utilização inadequada pelo organismo. Com mais de 13 milhões de diabéticos no país, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, é fundamental destacar a importância de estratégias alimentares eficazes no controle da glicemia.


Em indivíduos saudáveis, a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, regula os níveis de glicose no sangue, e sua liberação é desencadeada pelo consumo de carboidratos. Portanto, é crucial controlar a ingestão de alimentos ricos em carboidratos simples, como açúcar e farinhas refinadas, e aumentar o consumo de verduras, legumes e alimentos integrais.


Para as pessoas com diabetes, a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo exercícios regulares e uma alimentação equilibrada, é fundamental. Isso envolve a redução do consumo de alimentos ultraprocessados, gorduras saturadas e gorduras trans e a substituição de açúcares por adoçantes.


Iniciar as refeições com alimentos ricos em fibras na forma de vegetais e proteínas, como o ovo, pode desempenhar um papel significativo na regulação da glicemia. O ovo pode ser preparado de diversas maneiras, seja cozido, pochê, souflé ou omelete, sendo uma adição versátil a essa abordagem nutricional.


A modulação do carboidrato é essencial para retardar a absorção de glicose e isso pode ser alcançado por meio do consumo de fibras, proteínas e gorduras saudáveis. O ovo se destaca como uma fonte excepcional de proteína e gorduras mono e poli-insaturadas, que podem ser incorporados a uma dieta saudável composta por vegetais e alimentos integrais.


Além de influenciar positivamente a absorção de glicose, o ovo também contribui para a redução da secreção de insulina, promovendo a saciedade e minimizando episódios de fome entre as refeições.
As vitaminas do complexo B estão envolvidas no metabolismo energético que favorece a utilização de carboidrato; já a vitamina D, presente no ovo, está associada a uma melhor sensibilidade à insulina. Além disso, os carotenoides, como luteína e zeaxantina, encontrados nos ovos, exercem ação antioxidante, protegendo os olhos de complicações relacionadas à diabetes, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI).


A capacidade do ovo de retardar a absorção de glicose, reduzir a secreção de insulina e promover a saciedade o torna um recurso valioso na busca por uma vida mais saudável. Sua versatilidade na promoção da saúde metabólica, aliada à praticidade de preparo, faz com que o ovo não seja apenas uma escolha valiosa na dieta dos diabéticos, mas também uma opção enriquecedora para a população em geral, promovendo uma alimentação equilibrada e funcional.


E, com ovo ou sem ovo, cansei de furar o dedo duas vezes ao dia – manhã e noite – para saber meu índice de glicose no sangue. Apelei e importei um relógio americano que dá os resultados perfeitos, apenas com o apertar da rosca do relógio. Para garantir, levei o relógio para meu médico avaliar. Ele disse que estava correto e que o relógio estava para ser produzido aqui. Só não foi por pressão dos laboratórios que vendem a parafernália comum para controlar a contagem de glicose.

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