Caixas desaparecidas durante a mudança são dor de cabeça na certa
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Caixas desaparecidas durante a mudança são dor de cabeça na certa

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Vendi meu apartamento recentemente e depois de 22 anos tive que me mudar. Além do desgaste normal de ter que encaixotar tudo e fazer caber o acúmulo de coisas que juntamos no novo espaço, tive grandes dores de cabeça com a mudança em si.

 

Começou na fase dos orçamentos. Escolher uma empresa boa, conhecida no mercado, para não cair em nenhuma esparrela e conseguir fazer caber o valor no bolso. Fiz cinco orçamentos. Um deles era inviável pelo alto preço. Os outros estavam mais ou menos no mesmo valor e a escolha foi pela tradição da empresa. Escolhi a Master, que é do mesmo dono da Soberana, pois liguei para os dois telefones e caiu na mesma atendente. O retorno foi do sr. José Cunha, que disse ser proprietário de ambas as empresas. Negócio fechado.

 

 

Tudo encaixotado, colocado no caminhão. Na mudança, começaram as surpresinhas. Onde está o carrinho para carregar as caixas? Não tinha. Liguei questionando. Depois de muita luta, mandaram um. Prefiro não dizer o que os próprios funcionários falaram. E as ferramentas para montagem e desmontagem das peças? Usaram as minhas e de tal forma que além de estragarem várias, sumiram com outras tantas. Alguns itens eram para doação. Segundo ele, seriam encaminhados à Igreja Batista da Lagoinha, da qual faz parte. Era fogão, coifa, um sofá e algumas caixas de livros, todos cristãos. Tudo identificado.

 

Dois dias depois da mudança, minha filha deu falta da caixa de livros de seu mestrado. Imediatamente, ligamos para o sr. José Cunha. Foi aí que começou o festival de irresponsabilidades, de falta de comprometimento e seriedade. Ele simplesmente respondeu que não sabia, pois os empregados tinham doado para moradores de rua.

 

Questionamos se eles não guardavam por mais alguns dias o que havia ficado no caminhão. A resposta foi mais surpreendente: “O caminhão não é nosso, alugamos”.

 

Foi um “parto” até conseguirmos endereço e telefone do proprietário do caminhão. Questionamos sobre a doação para a Igreja Batista da Lagoinha, como combinado, e ele desconversou. Depois fiquei sabendo que funcionários ficaram com as coisas, menos os livros.

 

Pedi o telefone dos profissionais que acompanharam a mudança dentro do apartamento. Ele relutou, mas acabou enviando. As ligações não surtiram efeito.

 

Decidimos ir até a garagem onde fica o caminhão, na esperança de acharmos os livros, pois as anotações para a dissertação do mestrado estavam dentro deles.

 

Era sexta-feira, início da noite. O proprietário já foi logo mostrando que o que ficava no caminhão era colocado no passeio e quem passava pegava. Disse que a escola municipal (a meio quarteirão do local) e uma senhora que mora lá perto pegaram alguns livros.

 

Resumo da história: a senhora estava com vários livros e indicou outra amiga que também ficou com alguns. Conseguimos recuperar uns 30% do conteúdo da caixa. O sr. Cunha agiu como se não fosse com ele, com total irresponsabilidade e falta de compromisso.

 

Fica aqui o aviso e um alerta: antes de o caminhão sair, desçam e vasculhem tudo, para não perderem coisas importantes e insubstituíveis. Livros podem ser comprados novamente, mas todas as anotações de dois anos de estudos, não.

 

O que mais doeu, sem sombra de dúvida, foi o descaso da empresa e de seu proprietário, que durante todo o início do processo de contratação se gabou de sua “seriedade” e de seus “mais de 60 anos de mercado”. (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)