As estações mais quentes do ano, por conta do calor, provocam alteração na circulação sanguínea. Isso, aliado à dieta errada, propicia o aparecimento do inchaço, que traz a sensação de peso na barriga, pernas, braços e até no rosto.

“Para alguns, a retenção hídrica acontece depois de uma grande refeição ou bebida, enquanto para outros é apenas parte desconfortável da vida cotidiana. Hábitos desregulados, como falta de sono e atividade física insuficiente, podem estar relacionados a ela”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez.

“Não existe tratamento único para inchaço. A melhor abordagem é adequar a dieta e principalmente perceber os gatilhos para alterar hábitos de vida”, reforça a cirurgiã vascular Aline Lamaita.

 



O inchaço ou edema se deve ao acúmulo de água nas células, que é pior no calor, quando há vasodilatação. Pode ter gatilhos por conta da alimentação, problemas hormonais (geralmente na tireoide) e alterações no rim e coração.

“Também ocorre pela sensação de aumento da pressão no intestino. A pressão acumulada pode resultar do grande volume de alimentos ou líquidos que se consumiu ou do gás produzido por nossos micróbios intestinais quando ingerimos grandes quantidades de carboidratos fermentáveis. Isso inclui frutas, legumes, grãos, laticínios, feijões e leguminosas”, explica a doutora Marcella.

“O aumento do conteúdo estica essencialmente o intestino, dando a sensação de inchaço e flatulência”, observa.

Outra situação chama a atenção: a distensão abdominal. “A sensibilidade aumentada no intestino tende a ser muito comum em pessoas com síndrome do intestino irritável (SII) ou outros distúrbios” diz a nutróloga.

“A sensação de distensão ocasional é normal, especialmente após uma refeição pesada ou consumo de fibras em excesso. Depois da refeição rica em fibras, é bom sinal, pois significa que a comunidade interna de micro-organismos está fazendo seu trabalho. Mas se a distensão é contínua ou muito acentuada e desconfortável, ela deve ser investigada”, pondera.

O estresse piora tudo. Quando nos sentimos estressados, nossa função intestinal também fica impactada, o que pode levar a inúmeras disfunções desse órgão.

Na maioria dos casos, o edema e a distensão abdominal podem ser reduzidos ou eliminados com mudanças na rotina. Uma boa estratégia é dividir a ingestão de alimentos em porções menores ao longo do dia. Comer cinco pequenas refeições com intervalos de algumas horas pode ser mais interessante do que fazer duas refeições pesadas diariamente.

É preciso mastigar bem antes de engolir e beber água (pelo menos 2l/dia). Água de coco e chá verde também são opções. Muita atenção para a quantidade de sal nas refeições, pois ele colabora na retenção de líquido.

Deve-se tomar cuidado com produtos enlatados, em conserva, processados e ultraprocessados – ricos em sódio. Sucos de caixinha também têm muito sódio.

Deve-se evitar o exagero de açúcar, massas, doces e farinha refinada. O ideal é investir em alimentos diuréticos naturais, como kiwi, melancia, pepino, mirtilo, cenoura, berinjelas, alcachofra, salsão, uva e aspargos.

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