Sabe aquelas garrafinhas de água que compramos para levar para a academia, passeios, trabalho, etc? Pois, pasmem: elas podem ser um meio de contaminação da água e causar doenças. A lebre foi levantada porque algumas escolas pediram na lista de materiais o envio de uma garrafa d’água para o aluno se hidratar.

 

Algumas pessoas mais antenadas com a higiene tomam cuidados com esse utensílio tão necessário, trocando a água duas a três vezes ao dia e lavando a garrafinha a cada troca. Porém, o mais comum, principalmente com as garrafas de alumínio que mantêm a temperatura mais fresca, é o reabastecimento apenas quando a água acaba. A higienização ocorre só uma vez por dia, geralmente pela manhã, quando se enche a garrafa.

 

Com o pedido das escolas, veio a preocupação: as garrafas ficarão no colégio? Quem vai higienizá-las? Quem vai reabastecê-las? Segundo especialistas em tratamento de água, alguns pontos importantes devem ser considerados.

 

O material utilizado na fabricação da garrafa é o fator mais importante que a pessoa deve levar em consideração, explica Alexandre Mariz, gerente de Engenharia e Laboratório da Culligan, líder mundial em tratamento de água.

 

“Para o uso em geral, principalmente no ambiente escolar, o ideal, pensando até no conforto térmico, são as garrafas térmicas de inox. Caso se opte pelo recipiente de plástico, deve-se priorizar a compra daqueles livres de BPA”, afirma Mariz, referindo-se ao composto químico que serve de matéria-prima para diversos tipos de plásticos, como policarbonatos.

 



 

Outra questão é o formato da garrafa. Ela deve ter o mínimo de cantos possível, pois são locais preferenciais para formação de biofilmes, ou seja, a contaminação microbiológica em superfícies.

 

A higiene também deve ser observada. “Uma rotina de hábitos pouco cuidadosos gera o ambiente perfeito para a proliferação de contaminantes”, ressalta Mariz.

 

A limpeza deve ser feita com água potável corrente e detergente neutro, com lavagem interna e externa. Não se deve esquecer do bocal e da tampa. O processo deve ser diário – se possível, duas vezes ao dia.

 

A água não deve passar mais de três horas na garrafinha, para evitar contaminações. No caso do uso no colégio, o ideal é substituí-la a cada troca de aula, para o intervalo e outras atividades.

 

“A palavra de ordem é higiene. Os pais devem criar o hábito de inspecionar as garrafinhas a fim de localizar qualquer ponto de acúmulo de biofilme e também incentivar a criança a agir assim”, afirma o especialista.

O problema é saber quem fará isso caso as garrafinhas fiquem na escola.

 

A vida útil do utensílio deve ser levada em consideração. “O ideal é que as mais velhas sejam substituídas, pois superfícies amassadas causadas pelo uso ou por quedas podem se tornar polos de acúmulo de contaminante. Esses cuidados são muito importantes para garantir a proteção dos usuários”, conclui o especialista, enfatizando que beber água e hidratação são essenciais para o organismo. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

compartilhe