Constantemente, ouvimos casos e também enfrentamos o mau atendimento de vendedores em todas as áreas do comércio. Por sinal, desrespeito ao cliente é o que mais acontece, não é à toa que existem tantas reclamações nos SACs das lojas. Entendo também, pois tenho vários amigos comerciantes, que existe dificuldade de mão de obra no mercado, mas há coisas absurdas ocorrendo. 

Tenho um casal de amigos que está construindo uma casa. Comprou uma série de produtos de acabamento em uma grande empresa de material de construção. O motorista foi buscar e chegando lá, o vendedor – já com a nota fiscal emitida – informou que as bacias não tinham chegado ainda. Não era possível cancelar a NF e emitir nova, retirando os produtos, mas ele deixaria anotado no documento para retirada posterior. 

O vendedor escreveu na nota fiscal a relação dos produtos não entregues, bateu o carimbo da loja e assinou. Alguns dias depois, o motorista retornou à loja e qual não foi a surpresa quando informaram que não entregariam a mercadoria. Meu amigo foi ao local, ouviu a mesma informação. Chamou o gerente, mostrou o documento com a informação, ele disse que a loja não aceita esse tipo de adendo e não entregaria a mercadoria. Pasmem. 

Depois de horas discutindo, o consumidor saiu de lá de mãos abanando, com duas opções: aceita o golpe e perde mais de R$ 3 mil, ou entra na Justiça, o que provavelmente ficará mais caro. 



E quando o vendedor resolve desmerecer o comprador pela aparência? Quem nunca foi vítima disso ou ouviu relato desse tipo? Pois aconteceu comigo. Morava no Gutierrez, no mesmo prédio da minha irmã. Tinha um carro e quando minha filha precisava dele, eu recorria ao da irmã, que o usava pouco por trabalhar em frente de onde mora. 

Mas depois que me mudei para o Sion, apenas um carro ficou mais complicado. Comecei a pesquisa e vários taxistas me indicaram o Yaris, da Toyota, que, segundo eles, é muito bom e com preço bom também. Certa manhã, saindo de casa para ir ao supermercado, muito mal-arrumada e debaixo de chuva, decidi desviar o caminho e ir à concessionária ver ao vivo e em cores o carro, fazer o test drive e, quem sabe, comprá-lo. A recepcionista chamou o vendedor, que me atendeu bem descrente. 

Não havia aquele modelo no salão, descemos para o pátio, ele me mostrou o carro. Achei bem bonitinho, completo. Perguntei o preço, ele disse e falei que seria para pagamento à vista. Tenho certeza de que ele não acreditou. Voltamos para a mesa, e me deu o preço à vista. 

Pedi para fazer o test drive. Não podia: o carro não estava abastecido, e o seguro só entraria em vigor em duas horas. Perguntou se eu esperaria. Claro que não. Pedi para ele olhar com o gerente a melhoria no valor e para me ligar, então eu voltaria para fazer o teste. Eu queria mesmo comprar o carro. Ele afirmou que retornaria de tarde. 

Contei o pouco caso do vendedor para uma amiga. Foi correto, mas sem nenhum esforço, porque tinha certeza de que o carro era muita areia para o meu caminhão. Ela me passou contato da cunhada de seu irmão, que trabalhava na Honda. Liguei, fui lá, vi o carro, ela me atendeu muito bem, mas o tempo todo eu falava que queria o Yaris, até por ser R$ 20 mil mais barato. Mesmo sabendo que o carro da Honda é superior. 

Resumindo: isso foi no dia 27 de dezembro, até hoje o vendedor da Toyota não me retornou. No dia 29, comprei o meu Honda. O que me impressiona é que eles ganham comissão por venda. A vendedora, mesmo, me disse que foi a única da agência que bateu a meta de dezembro, justamente com a venda do meu carro. 

Dá para entender? (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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