Apesar de o verão estar quase chegando ao fim – termina em 20 de março – isso não significa que o tempo vai mudar de repente. O calor ainda continua por um tempo, e a gente acaba ficando mais tempo exposto ao sol, com isso recebemos mais incidência dos raios ultravioleta (UV), o que pode representar riscos significativos para a saúde dos olhos. O médico Francisco Irochima Pinheiro esclarece algumas dúvidas e dá dicas sobre as medidas de proteção adequadas para manter a saúde ocular em dia.
Um dos erros mais comuns durante o verão é o uso inadequado de óculos de sol sem proteção UV. Muitas pessoas optam por modelos mais baratos, que não oferecem a devida proteção contra os raios prejudiciais do sol. Isso pode resultar em danos cumulativos aos olhos, aumentando o risco de problemas como catarata e degeneração macular. Escolha óculos de sol com proteção UV adequada e certificação.
A semana santa está batendo à porta e, em feriado prolongado, muitos mineiros aproveitam para curtir uma praia ou piscina. Porém a exposição excessiva à água do mar e à piscina pode causar irritações nos olhos.
O sal e produtos químicos presentes na água podem ressecar a superfície dos olhos, levando a desconforto e vermelhidão. Sempre que possível, use óculos de natação para proteção e, após o contato com água salgada ou clorada, enxágue os olhos com água limpa para remover resíduos que irritam.
No verão, também é comum o aumento de casos de conjuntivites devido à maior exposição a agentes infecciosos. A areia da praia, o cloro das piscinas e o contato com as mãos sujas podem ser fontes de infecção.
Lave frequentemente as mãos, evite coçar os olhos com as mãos sujas e tome cuidado ao compartilhar toalhas ou objetos pessoais que possam espalhar infecções. Se sentir sintomas como vermelhidão, coceira ou secreção nos olhos, procure um oftalmologista imediatamente.
Coçar os olhos é outro problema. A coceira nos olhos é muito comum, mas, se for muito frequente, é preciso descobrir a causa e tratá-la adequadamente. Esfregar os olhos pode dar uma sensação de alívio, mas faz mal, pois pode piorar a coceira e possivelmente ocasionar danos oculares mais graves.
Usamos nossas mãos para esfregar os olhos e elas talvez sejam a parte mais contaminada de nosso corpo. Usamos as mãos para quase tudo, desde calçar os sapatos até segurar maçanetas e apertar botões do elevador ou do caixa eletrônico, etc. É mais que suficiente para contaminá-las com germes. Coçar os olhos facilita a transferência direta de bactérias, aumentando o risco de infecções oculares.
A córnea é muito sensível e pode ser danificada facilmente com a ação de coçar os olhos, causando fissuras, que se traduzem em problemas de visão a longo prazo. Além disso, os dedos contêm partículas estranhas, como poeira, que permanecerão na superfície dos olhos.
Na tentativa de remover essas partículas, elas acabam sendo empurradas ainda mais para dentro dos olhos, danificando a córnea.
Com os olhos, todo cuidado é pouco. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)