Relatório

Relatório "Avançando na igualdade: mulheres no ambiente de trabalho híbrido" aponta que flexibilidade abre oportunidades que de outra forma elas não teriam

crédito: PIXABAY/REPRODUÇÃO

O que se faz no país para mostrar que a relação entre mulher e carreira está melhorando é uma conversa de gibi. O que se fala pouco e muitos sabem que existe muito, é a vontade de a mulher se manter sozinha. A boa notícia é que agora estão descobrindo que a adoção do trabalho híbrido abriu caminho para mulheres de minorias étnicas se candidatarem a posições de liderança nas empresas. Isso é o que mostra o relatório “Avançando na igualdade: mulheres no ambiente de trabalho híbrido”, realizado pelo IWG, líder global e nacional em espaços de trabalho flexíveis como coworkings e escritórios.


A pesquisa foi feita com mais de 1 mil trabalhadoras híbridas e descobriu que a flexibilidade permitiu que mais da metade (53%) buscassem promoções ou se candidatassem a cargos mais altos – o que, em um movimento encorajador para o avanço da igualdade, aumenta para mais de três em cada cinco (61%) das mulheres de minorias étnicas.

 


O estudo ainda mostra que, para quase três quartos (73%) das mulheres em grupos minoritários, o trabalho híbrido abriu novas oportunidades que de outra forma não teriam. Dois terços (67%) afirmaram que a modalidade ajudou a nivelar oportunidades para a progressão na carreira, enquanto 70% acham que o trabalho híbrido tornou seu trabalho mais inclusivo. Os dados abrangem mulheres que fazem parte de pelo menos um grupo minoritário, o que inclui aqueles que se identificam como LGBTQIA+, com deficiência ou de origem étnica minoritária.


Para a grande maioria das mulheres (89%), o trabalho híbrido também ajudou a facilitar um melhor equilíbrio entre as responsabilidades do trabalho e os compromissos familiares, graças à modalidade que acelerou a criação de mais “cidades de 15 minutos”: conceito urbano residencial no qual a maioria das necessidades diárias pode ser atendida a pé ou de bicicleta a partir das casas dos moradores, permitindo que trabalhem mais perto de casa. As mulheres estão economizando tempo valioso em seus longos deslocamentos e, como resultado, mais de um terço (38%) disse que o trabalho híbrido lhes deu mais tempo para dedicar a paixões pessoais fora do trabalho.

 


Como resultado, o relatório aponta ainda um número crescente de mulheres tomando decisões de carreira significativas – como mudar de emprego e trocar de setor. Na busca por flexibilidade, muitas mudaram de setor completamente, com duas em cada cinco (43%) das mulheres em geral dizendo que o trabalho híbrido as permitiu ingressar em sua nova indústria. Mulheres de grupos minoritários relatam que esse crescimento na carreira vem da modalidade que lhes permite serem mais produtivas e eficientes (44%), ajudando-as a aprender mais sobre outros cargos em sua empresa (49%) e aumentando sua visibilidade com a alta liderança (32%).


O estudo anterior da IWG identificou o trabalho híbrido como uma estratégia crucial para os líderes de RH atraírem e reterem talentos. Isso é especialmente relevante para as funcionárias, com 40% indicando que a falta de flexibilidade no trabalho híbrido foi um fator decisivo para deixar seu emprego anterior. A ideia é apoiada por pesquisas acadêmicas de Nicholas Bloom, professor de economia de Stanford e especialista em trabalho híbrido, que afirma que empresas que oferecem esse tipo de flexibilidade podem esperar ver as taxas de saída diminuírem em até 35%.

 


Tania Costa, diretora de Expansão do IWG no Brasil, considera que o modelo de trabalho híbrido é uma das principais megatendências de trabalho para 2024. Na companhia, cerca de 73% da força de trabalho é feminina. “As conclusões do IWG revelam que as mulheres, especialmente de origens diversas, estão a moldar ativamente as suas carreiras em torno da flexibilidade que o modelo híbrido proporciona,” esclarece a executiva.