Outro dia, falei aqui sobre a importância de fortalecer as pernas, principalmente para pessoas acima de 60 anos, porque a partir dessa idade a perda de massa muscular anual chega a 30%, e isso é um dos fatores que levam idosos à cadeira de rodas.


Pois bem, outra parte dos membros inferiores que merece atenção e cuidado é o joelho. Tem uma doencinha chata chamada artrose que atinge muita gente. Ela pode até se estabilizar, mas não regride e não sara. Em alguns casos, é preciso cirurgia e colocação de prótese. A boa notícia é que o avanço da ciência, da tecnologia e da medicina tem criado recursos excelentes para solucionar diversos problemas. A área da ortopedia é uma das mais beneficiadas.

 



A artrose é altamente prevalente no mundo, encontrar meios de prevenir e enfrentar o problema é primordial. Quanto à prevenção, o fortalecimento da musculatura é uma das principais chaves para evitar a doença. Segundo Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), o tratamento ganhou reforço de peso: as próteses 3D. “Trata-se de uma nova geração de próteses de joelho completamente personalizadas e já disponíveis no Brasil para melhorar o prognóstico da artroplastia. Quando o tratamento conservador da artrose não é eficaz e a qualidade de vida do paciente é severamente comprometida pela dor, restrição dos movimentos e deformidades causadas pela condição, a cirurgia é extremamente necessária”, completa o médico.


De acordo com o ortopedista, o objetivo da artroplastia é a substituição da articulação afetada pela artrose por uma prótese de joelho, que pode ser feita de diferentes materiais, como metal e polietileno, um tipo de plástico. No entanto, apesar das altas taxas de sucesso do procedimento, muitos pacientes se dizem insatisfeitos com o resultado por apresentar dor, rigidez e inchaço da região, o que, inclusive, pode causar receio naqueles que ainda realizarão o procedimento.


“Apesar de hoje já estarem muito avançadas, as próteses de joelho tradicionais são idênticas para todas as pessoas, com variação apenas no tamanho. Dessa forma, para um encaixe perfeito, é necessário, muitas vezes, realizar grandes cortes no fêmur e na tíbia”, explica o ortopedista. “Já as novas próteses são produzidas com base em imagens de tomografia computadorizada que permitem que o médico analise o tamanho, o formato e a posição dos ossos do joelho, garantindo assim um encaixe perfeito. Com isso, a cirurgia é mais rápida, há menor necessidade de cortes ósseos e a prótese pode ser posicionada com maior facilidade”, destaca Cortelazo.


Apesar do seu uso ainda restrito – precisam ser fabricadas e importadas –, esse é um grande avanço que deve atender a muitos pacientes. Cortelazo faz parte de um grupo seleto de cirurgiões com certificação para realizar esta cirurgia e conta que as próteses de joelho customizadas podem replicar melhor o movimento articular do joelho real.


Além disso, a esperança é que, por encaixarem com maior acurácia, essas peças personalizadas demorem mais para sofrer com desgaste, sendo que as próteses convencionais duram, em média, 20 anos. Isso sem contar que agora a cirurgia é robótica, aumentando a precisão e reduzindo a agressão tecidual, com melhores resultados a longo prazo.


Mas o ortopedista ressalta que o uso dessas peças não é recomendado em todos os casos. Elas são indicadas principalmente quando a artroplastia total é necessária. No entanto, pacientes que já apresentam perda óssea ou deformações severas podem não ser elegíveis. Torna-se então ainda mais importante que os pacientes não adiem a artroplastia para que as deformidades não piorem, impossibilitando a utilização dessa tecnologia inovadora. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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