Hoje, 18 de maio, é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual à Criança e Adolescente. Muitos podem fechar os olhos a esse problema, mas eu não consigo.
Minha filha foi missionária por cinco anos no sertão da Bahia. Trabalhou com crianças e adolescentes e viu, de perto, esse problema. Sofreu com essas crianças. Os adolescentes sentiram tanta confiança nela que contaram os abusos que sofreram. Coisa rara de acontecer. E, pasmem, uma das vezes em que ela denunciou, foi ameaçada de morte por quem teria a obrigação de defendê-la.
As autoridades não se empenham em criar leis mais eficientes e cobrar a sua aplicação. E é por isso que o crime continua a acontecer. E os poucos que gritam têm suas vozes abafadas.
A violência sexual é uma das formas mais cruéis de violação dos direitos das crianças, deixando marcas profundas e para o resto da vida. É fundamental que haja uma mobilização constante para prevenir, identificar, combater e punir o abuso e a exploração sexual infantil. Essas ações vão se refletir na proteção da integridade física, psicológica e emocional das crianças, garantindo seu desenvolvimento saudável e seu bem-estar. Combater esse tipo de violência é essencial para promover uma sociedade mais justa, na qual os direitos das crianças sejam respeitados e protegidos.
Para combater o abuso e a exploração sexual infantil e de adolescentes, é necessário o esforço conjunto de diversos setores da sociedade, incluindo governos, instituições de proteção à infância, escolas, famílias, comunidades e a própria sociedade civil. Não podemos fechar os nossos olhos, não podemos virar nossas cabeças e desviar o olhar para outra direção. A educação é uma ferramenta fundamental nesse processo, a conscientização sobre os direitos das crianças e os sinais de abuso podem ajudar a prevenir situações de violência.
É fundamental fortalecer os mecanismos de denúncia e de proteção às vítimas, garantindo que as crianças tenham acesso a atendimento especializado e apoio psicológico e social. É preciso criar uma forma de proteção porque, na maioria dos casos, o abusador é da família da vítima e, se nada for feito, se o abusador não for preso, o abuso continuará.
As políticas públicas desempenham um papel crucial ao promover a implementação de leis e programas de prevenção e combate ao abuso e à exploração sexual infantil. Mas se ninguém cobrar a implantação e a execução dessas políticas, não adianta nada.
A sensibilização da sociedade como um todo é essencial para romper o silêncio que muitas vezes envolve esses casos, encorajando as vítimas a denunciar e buscando responsabilizar os agressores. É importante criar um ambiente seguro e acolhedor para que as crianças se sintam à vontade para relatar qualquer situação de abuso que tenham vivenciado.
A prevenção do abuso e da exploração sexual infantil também passa pela promoção de relações saudáveis e respeitosas entre adultos e crianças, educando sobre limites, consentimento e respeito mútuo. É fundamental que as crianças saibam que têm o direito de dizer não a qualquer tipo de abuso e que serão ouvidas e protegidas.
É importante combater a cultura do silêncio e da impunidade, promovendo a responsabilização e o enfrentamento efetivo desses crimes. A sociedade como um todo deve se mobilizar para garantir a proteção das crianças e o fim da violência sexual contra elas. (Isabela Teixeira da Costa / Interina)