Jovens recorrem cada vez mais a procedimentos estéticos e, na maioria das vezes, sem necessidade
 -  (crédito: PIXABAY/REPRODUÇÃO)

Jovens recorrem cada vez mais a procedimentos estéticos e, na maioria das vezes, sem necessidade

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O rei Davi diz em Eclesiastes 1:2 “Vaidade, vaidade! Tudo é vaidade”. E esta é uma grande verdade, maior até do que se pode imaginar.

 

 

Não recrimino a vaidade, ao contrário, o ser humano precisa ser vaidoso, mas na medida certa. Ando pela cidade observando as pessoas e me impressiono em ver como saem de casa. E isso não passa pela questão econômica. Podemos nos vestir de forma simples, modesta, sem nenhum luxo, e ainda assim sermos vaidosos na medida certa.

 


A vaidade passa muito mais pela limpeza pessoal, das roupas e dos acessórios do que pelo requinte deles. Usar uma roupa limpa, passada, estar com o cabelo penteado, preso ou solto – não importa –, unhas limpas, sapatos limpos, demonstra o cuidado pessoal.

 

 


Tem ainda quem investe em tratamentos de beleza, usa cremes, passa maquiagem, anda com unhas impecáveis. As roupas são mais elegantes, estão com joias ou bijuterias, não importa, mas estão enfeitadas. Tudo isso é sinal de que se trata de pessoa vaidosa – e não há nenhum mal nisso.

 


Porém, com o avanço da medicina estética, os exageros começam a acontecer. Cansei de ver jovens de 20 e poucos anos fazendo cirurgias plásticas, botox, para tirar rugas que não existem, preenchimentos, harmonizações que mais parecem desarmonizações. E todas essas intervenções, em vez de fazer com que fiquem mais bonitas, acabam transformando pessoas que são lindas em feias e, o pior, deformadas.

 


Depois que escrevi aqui sobre a puberdade precoce, várias pessoas entraram em contato contando histórias que me surpreenderam. E esses relatos me fizeram lembrar de outros fatos. Tinha uma conhecida, contemporânea de colégio. Era uns dois ou três anos mais velha que eu. Quando éramos adolescentes, ela era “cheinha” – nunca foi gorda –, cabelo preto, olhos castanhos, descontraída, descolada, e sempre foi muito alta.

 

 

Anos depois, quando eu tinha uns 22 anos, nos reencontramos e não a reconheci. Ela ficou frustradíssima e, demonstrando indignação, reclamou dizendo quem era. Claro que não a reconheceria, ela estava loura, de olhos azuis, resultado do uso de lente de contato colorida, magérrima, com nariz arrebitado e totalmente madame.

 


Alguns anos depois, ela teve uma filha e queria que a menina fosse loura como ela estava. Lavava o cabelo da criança, desde bebê, com xampu de camomila e a colocava no sol. Depois que cresceu um pouco mais, passava tonalizante. Nem se importava se tudo aquilo prejudicaria o cabelo da menina.

 


Fiquei sabendo que tem mães dando colágeno para crianças de 2 anos de idade. Fico me perguntando: para quê? Se essa substância só começa a diminuir no corpo a partir dos 30 anos de idade. Apesar do colágeno não fazer mal, sua ingestão só é indicada a partir dos 19 anos. O que leva uma mãe a fazer isso? O que esse excesso de colágeno poderá causar nas crianças? Tem mães que passam chapinha no cabelo de crianças de 2, 5, e 7 anos. Algumas já fazem relaxamento no cabelo das filhas de 8 anos. E os profissionais concordam em aplicar o produto químico.

 

 


Sabemos que toda menina, ainda pequena, brinca de usar o sapato de salto da mãe, passar maquiagem e até vestir roupas da mãe. Isso é saudável, o problema é quando isso ultrapassa a brincadeira e se torna rotina. Querer passar esmalte toda semana, usar sapato de salto nas festinhas, usar maquiagem. Segundo a psicóloga Sueli Castillo, as meninas podem ser influenciadas desde cedo tanto pela mídia, quanto pelas mães vaidosas, que incentivam essas atitudes, e isso pode acarretar graves problemas na formação emocional e física dessas garotas.

 


Outro problema que pode surgir são as dermatites como consequência do uso de maquiagens e produtos de skincare em peles muito novas. Segundo dermatologistas, os esmaltes são os produtos que mais causam alergias. E se crianças querem se maquiar, o único produto indicado é um brilho labial.

 


O grande problema é que o apelo na mídia, das redes sociais e TikTok é muito grande, e as mães não estão colocando limites, ao contrário, estão estimulando. O resultado de tudo isso, lá na frente, parece que não será muito positivo. É esperar para ver. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)