Já escrevi aqui, quando substituí a Anna Marina em suas férias, que estava intrigada com o grande número de jovens que estavam sofrendo de aborto espontâneo, principalmente no início da gravidez. Inclusive cheguei a questionar se antes acontecia e só não sabíamos que se tratava de aborto por falta de uma medicina avançada como temos hoje. Pois não é que hoje recebi um material que responde a essa questão.

 

Tentando engravidar? Três doenças silenciosas que prejudicam a fertilidade


A Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) publicou documento pedindo ações imediatas dos governos para enfrentar os efeitos das alterações climáticas e da poluição atmosférica sobre taxas de fertilidade e saúde reprodutiva.

 




Segundo médicos, cientistas e pesquisadores, a poluição do ar e o calor extremo estão fortemente ligados ao comprometimento da fertilidade, como menor contagem de espermatozoides, taxas de gravidez reduzidas e um risco aumentado de aborto espontâneo. O material fornece provas dessas declarações e apela aos governos para que promovam medidas de prevenção rápidas.


“Atualmente, metade dos países em todo o mundo apresenta taxa de fertilidade abaixo do nível de substituição (quando as taxas de natalidade e mortalidade são iguais). O que ocorre é o que é chamado de desnatalidade, uma taxa de fecundidade que, se sustentada, torna cada nova geração menos populosa que a anterior em uma determinada área, com implicações sociais e econômicas grandiosas. Embora a infertilidade seja uma condição tratável, as ameaças ambientais inserem um número maior de pessoas no problema de infertilidade e os procedimentos ainda não são acessíveis para a maioria”, explica Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.


Segundo a Sociedade Europeia, as prioridades devem ser: atingir zero emissões líquidas de CO2 nos próximos 20 anos e manter o aquecimento global dentro de um aumento de 1,5%. “Os países também são instados a apoiar a investigação sobre os efeitos da poluição atmosférica e da exposição ao calor sobre fertilidade e gravidez”, completa Rodrigo Rosa.


Outro problema é que gestantes expostas ao calor durante o parto têm maior probabilidade de sofrer de hipertensão, resultados de gravidez mais desfavoráveis e internações hospitalares mais prolongadas. Viver a menos de 200 metros de uma estrada principal está associado a um maior risco autorrelatado de infertilidade. “As taxas de gravidez aumentam 3% a cada 200 metros entre uma residência e uma estrada principal, o que exemplifica o impacto das emissões de poluentes pelos carros na infertilidade”, explica o médico.


Um total de 2,7 milhões (18%) de nascimentos prematuros em todo o mundo podem ser atribuídos à poluição causada por material particulado fino. Um desses poluentes é o material particulado 2.5 (PM 2.5), menor que 2,5 micrômetros, ou seja, trinta vezes menor que a espessura de um fio de cabelo humano. As partículas provêm de usinas elétricas, fábricas e veículos, ou seja, a poeira, a queima de combustíveis e os veículos automotores são as principais fontes desse tipo de poluente.


“Como mostra o documento, há cada vez mais evidências que associam fatores ambientais ao declínio das taxas de fertilidade e resultados adversos da gravidez. Muitas vezes a fertilidade masculina e feminina não é vista como uma prioridade e são necessárias mais medidas para enfrentar o impacto das alterações climáticas. É necessária uma ação rápida para proteger não somente esta geração, mas também a saúde e a fertilidade das gerações futuras, segundo o documento”, finaliza Rodrigo Rosa. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

compartilhe