Amo café. Tenho prazer em beber café a qualquer hora do dia ou da noite – e vale deixar registrado que ele não me tira o sono. Ainda bem. Tomo café desde criança. Meu desjejum, ainda pequena, era uma boa xícara de café – mais fraco, claro – e um pãozinho de sal com manteiga.


Nunca gostei de chá. Quando entrei para o Colégio Izabela Hendrix, no jardim, o lanche era fornecido pelo colégio, uma fatia de bisnaga com manteiga e uma canequinha de chá. Minha mãe teve que deixar uma nota escrita dizendo que eu não tomava chá, então eles me davam café com leite. Mas tenho que confessar que acho chiquérrimo quem bebe chá.

 


Certa vez, as irmãs Maria Clara Duca e Bernadete Bontempo fizeram um evento na loja delas. Quando cheguei, era uma degustação de chás. Claro que me comportei, mas a profissional resolveu perguntar a cada uma das presentes qual era a sua experiência com a bebida. Pronto. Eu não falo mentira e, quando chegou em mim, falei de forma delicada: “nenhuma, não gosto de chá”. E ela insistiu, disse que eu experimentaria e mudaria minha opinião. Agradeci, insistiu novamente, e tive que falar: “detesto chá, nunca tolerei a bebida, desde quando era bebê”. Provei a primeira rodada. Claro que não gostei daquela água quente perfumada. Graças a Deus, Maria Clara me salvou com um bom café.

 




Quando entrou a onda dos cafés especiais, outro problema. Café especial é ralo demais. Está mais para “chafé”. Entendo tudo. O café que tomamos é cheio de impurezas e, por isso, sua torra é muito forte, tornando o café intenso para não sentirmos as “sujeiras” do produto. Acostumamos com esse paladar. Os cafés especiais são selecionados, puros e, por isso, a torra é mais suave.


Mas sair do café fortíssimo e ir para o ralíssimo, não dá. Algumas marcas já têm o que podemos chamar de café de transição. É o caso da Kept, que tem um café chamado Montanhas. Ele não é tão forte quanto o que estamos acostumados, mas também não chega à “água marrom” que encontramos por aí, dos cafés especias. É bem agradável e é o que tomo com frequência. Me ajudou bastante a aceitar os cafés especiais. Digo isso já pedindo desculpas aos profissionais e produtores dos ótimos cafés. Exageros à parte, alguns cafés especiais gosto muito, outros, nem tanto.

 


Ele não é tão forte quanto o que estamos acostumados, mas também não chega à “água marrom” que encontramos por aí, dos cafés especiais. Digo isso já pedindo desculpas aos profissionais e produtores dos ótimos cafés. Exageros à parte, alguns cafés especiais gosto muito; outros, nem tanto.

 
Aí começaram a servir o café coado com a água na temperatura de 94 a 95 graus. Até passar o café, ele fica frio. Quem gosta da bebida quente – porque existem fãs das versões geladas, que não é o meu caso – gosta dele pelando; morno, não dá para engolir. E se pedir para vir com uma água mais quente é como se tivéssemos xingando o barista do nome mais feio do mundo. Fico me perguntando: onde fica aquela máxima de o cliente ter sempre razão?

 

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Mas a última novidade é que me levou quase à loucura. Fui convidada há algumas semanas para um café da manhã. Pedi o café e fui servida em uma taça de vinho!!! Socorro!!! Claro que questionei. Que história é essa? E disseram: “Agora é assim, o correto é beber café na taça, segundo o fulano de tal”. Que me desculpem os “inventores” dessa modalidade, mas café na taça é demais. Taça não mantém a temperatura da bebida, ela esfria muito rápido.


Café se serve em xícara, caneca e coisa que o valha, que tenha material para manter por mais tempo a temperatura da bebida, que deve ser quente. Mas depois eu vi o porquê. O café parceiro do evento tinha fornecido drip, que são aqueles saquinhos descartáveis de café e vêm com uma estrutura para apoiar sobre a xícara. O problema é que as xícaras não têm altura suficiente para a água coar o café dentro do drip, a borda da xícara é mais grossa e o suporte não assenta direito.


Então é melhor inventar que o certo é a taça, assim o drip encaixa direitinho, tem profundidade para coar o café. O produto é bem demonstrado e azar do cliente se ele vai beber café frio ou morno. O mais importante é vender o seu peixe, e as pessoas vão caindo nessa conversa. É mole??? (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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