Que me desculpem as mães por não ter feito uma coluna em homenagem a cada uma de vocês no sábado, mas entendi que era mais importante divulgar a campanha de arrecadação em prol das tragédias do Rio Grande do Sul, que terminaria naquele dia.

 




Por outro lado, apesar de termos um dia especial em nossa homenagem, todos os dias são nossos, porque, uma vez mãe, sempre mãe. Ninguém deixa de ser mãe algum dia na vida depois de dar à luz ou adotar uma criança.

 


E o pior, quando retomamos nossa carreira, vivemos uma constante busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional e nunca conseguimos ficar livres da culpa de muitas vezes não estar presentes como gostaríamos.

 


Por mais que a gente viva nessa dicotomia, depois que as mulheres viram mães, elas se tornam líderes melhores. E isso faz sentido, porque ambas as funções demandam habilidade e compreensão.

 


Como mulheres profissionais de sucesso encaram a maternidade e o desafio de conciliar as responsabilidades da família com o trabalho?

 

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Marcella Kanner, diretora de Comunicação Corporativa e Marca da Riachuelo e de Comunicação do Instituto Riachuelo, conta que equilibrar a maternidade com o trabalho e os outros compromissos é desafiador, mas é uma troca justa.

 

“O que tem muito valor demanda esforço. Busco enfrentar essa jornada com leveza e alegria. Percebo que a maternidade me tornou mais produtiva. Agora tenho minhas prioridades bem definidas, aprendi a estabelecer limites e concentro-me intensamente durante as horas dedicadas ao trabalho, para que possa dedicar tempo de qualidade aos meus filhos no final do dia.”


Valesca Magalhães, diretora de Sustentabilidade da mesma empresa, diz que a maternidade é uma das experiências mais fantásticas da vida e que equilibrar os dois papéis é um desafio.

 

“O mais importante é criar uma rede de apoio, familiar ou contratada, que possa nos amparar nessa jornada. Quando Pedro, o meu mais novo, tinha apenas um ano e meio, recebi uma proposta de trabalho irrecusável e tive que passar 40 dias na Europa. Quando voltei, meu filho não queria falar comigo e toda vez que tinha que viajar ele me perguntava se ia voltar. Isso me doía por dentro. Essa jornada não é nada fácil, mas é possível e transformadora. Transformadora para nós, mulheres, mães e profissionais, e também para nossos filhos, que crescem vendo suas mães felizes e realizadas. Hoje meus meninos estão com 19 e 14 anos, e posso dizer que valeu muito a pena.”

 


Tudo na vida são escolhas. Quando retornei ao trabalho, depois que minha filha nasceu, não foi fácil. Nem todas as mulheres podem dar uma pausa na carreira para se dedicar integralmente aos filhos e depois retomar a jornada profissional. Acredito que vou carregar essa culpa pelo resto da vida. Sempre que estava livre, ficava com minha filha, fazia questão de levá-la às festinhas de aniversário e tudo mais. Mas sei que perdi muitos momentos.

 


Tenho que confessar que fico incomodada quando vou a aniversários infantis hoje em dia e vejo famílias chegando com uma babá para cada criança. Não estou aqui julgando ninguém. Mas penso com meus botões: por que não ficar com os filhos na festinha? Meus afilhados de casamento têm três filhas pequenas e nunca tiveram babá. Ambos trabalham fora e, nos aniversários, a mãe faz questão de preparar tudo, sozinha: convite, decoração e lembrancinha. As comidas doces e bolo ela contrata. Realmente não sei como conseguem, mas é um belo exemplo. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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