Quem acompanha os noticiários e a moda no que diz respeito sobre o que as gestantes estão escolhendo com relação aos partos, sabe muito bem que ao longo dos anos houve uma grande mudança nessa área. Do início do século passado até meados da segunda metade, as mulheres tinham seus filhos quando entravam em trabalho de parto, e a cesárea só ocorria quando havia complicações no parto, a criança estava sentada, a mãe não tinha dilatação etc.
A partir dos anos 1980, começou um crescimento exagerado das cesáreas. As mães passaram a programar o parto e poucas esperavam o filho dar sinal de querer sair. E isso só foi crescendo. Há alguns anos, muitas mulheres passaram a escolher o parto natural, de cócoras, na água, mesmo assim essa mudança não foi suficiente para reduzir o número de cesáreas no cenário mundial.
O Brasil enfrenta taxas elevadas de cesáreas, contrariando a diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda o parto vaginal sempre que possível e de forma segura. A Rede Mater Dei se destaca não apenas por seu compromisso com a excelência na saúde materna e infantil, mas também pela alta incidência de partos não cirúrgicos. Nos hospitais da rede, mais de 33,1% das gestantes optam pelo parto vaginal, um indicador positivo diante da média de 22,9% dos hospitais privados nacionais.
"Na Rede Mater Dei, implementamos diversos protocolos para a redução de cesarianas desnecessárias, pois entendemos a importância do parto vaginal como uma experiência segura e saudável para mães e bebês. Comprometemo-nos a prover total suporte, assegurando que as gestantes se sintam ouvidas e apoiadas ao longo de sua jornada", afirma Felipe Salvador Ligório, vice-presidente Assistencial da Rede Mater Dei.
Cláudia Laranjeira, ginecologista e coordenadora do Núcleo de Ginecologia e Obstetrícia do Mater Dei, diz que o parto vaginal oferece uma série de vantagens para mãe e bebê. Entre elas, a liberação de hormônios que promovem uma melhor adaptação do recém-nascido e ajudam na descida do leite materno, um menor risco de trombose para a mãe, além de uma recuperação pós-parto mais tranquila.
Dados do Ministério da Saúde revelam que a cesariana se tornou a escolha predominante entre as brasileiras, representando cerca de 1,6 milhão dos 3 milhões de partos realizados anualmente no país. Entre esses, aproximadamente 870 mil são realizados sem indicação médica para o procedimento cirúrgico, que deve ser feito para evitar complicações durante o trabalho de parto.
A psiquiatra Juliana Cunha tinha optado pela cesariana até discutir o assunto mais a fundo com sua ginecologista, e mudou sua decisão para o parto vaginal. Segundo ela, tinha receios e dúvidas em relação ao parto vaginal. “Depois de conversar com minha obstetra e entender que poderia ser feito de forma segura e humanizada, decidi seguir por esse caminho. Foi uma experiência incrível, e caso eu venha ter outro filho, realizaria tranquilamente outro parto vaginal", conta.
O parto vaginal tem muitas vantagens como menor tempo de internação hospitalar, menor tempo de recuperação no puerpério, dor reduzida após o parto, menor chance de infecções e tromboses. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)