Fiquei sabendo que 25 de maio foi o Dia da Costureira. E não podemos ignorar profissional tão importante. Com atraso, vai aqui o merecido parabéns para estas artistas. Fiquei me perguntando por onde elas andam.
Claro que muitas trabalham em confecções e indústrias de moda. Sabemos daquelas dos ateliês de alta-costura, porque são renomadas. Fazem vestidos de noivas, mães de noivas, madrinhas, damas, vestidos de festa e para debutantes.
Mas e aquelas que costuravam roupas casuais para nós? Acabaram? Abandonaram o ofício? Sumiram do mercado, e isso é um dó, porque era muito gostoso ter saia, vestido, blusa ou calça sob medida.
Hoje, há uma outra especialidade: a costureira dedicada a reformas. São artistas e muito pacientes, pois esse trabalho é das coisas mais difíceis. Conheço uma de mão cheia: Marcília Coelho, com loja na Savassi. Pode-se dizer que tem mãos de fada. Outra ótima é a Mariinha, no Bairro Gutierrez.
Recebi material de empresas do setor e fiquei impressionada com os números. O Brasil tem 9,3 milhões de profissionais na área, entre empregos diretos e indiretos, informam a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest). Isso mostra a importância de costureiras e costureiros para a economia do país.
Desse montante, 87% são mulheres, reforçando o papel fundamental que elas desempenham no segmento. De acordo com estudo da ONU em 2022, cerca de 62% das costureiras brasileiras trabalham em casa – 51% delas de forma autônoma.
De novo, pergunto: onde vocês estão? Precisamos de vocês. De acordo com as pesquisas, a maioria está em polos têxteis do Nordeste, como Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe, cidades de Pernambuco.
Esta é uma das profissões mais antigas do mundo. Ao longo da história, o setor evoluiu muito, especialmente com o desenvolvimento de técnicas e a introdução das máquinas de costura. De acordo com o Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecção e Vestuário da Fiesp (Comtextil), o Brasil possui 27 mil indústrias têxteis.
Como há muitos negócios informais na área, estima-se que esse número seja muito maior. A indústria têxtil é uma das mais importantes do país, tanto para a economia quanto para a geração de empregos.
Grande parceira do segmento é a Singer, empresa fundada em 1851 por Isaac Merritt Singer, que revolucionou a forma de coser, introduzindo máquinas de costura acessíveis e fáceis de usar.
Tudo isso mostra que a profissão de costureira está longe de acabar. E o mais interessante: várias mulheres que conheço têm me contado que estão fazendo curso de corte e costura. Achei o maior barato. Então, mais uma vez, parabéns para essa turma toda! (Isabela Teixeira da Costa/Interina)