Retorno com saúde a esta coluna, comemorando as alegrias que me foram proporcionadas por amigos, colegas e até desconhecidos -  (crédito: Pixabay/reprodução)

Retorno com saúde a esta coluna, comemorando as alegrias que me foram proporcionadas por amigos, colegas e até desconhecidos

crédito: Pixabay/reprodução

 

 

Bom dia, leitores e leitoras habituais desta renitente coluna, que batalha contra tudo para não sumir das páginas do EM. Sumi daqui todos esses dias por causa de uma tolice mais do que completa. Não levei uma queda no banheiro, que é tradicional, mas uma queda na banheira... É isso mesmo: aquela peça que mantenho em minha casa principalmente para atender à meninada, que adora banho quente na banheira cheia de água.

 


Caí por causa de uma tonteira, que me jogou dentro da banheira – com a barriga para cima, as costas para baixo, a cabeça batendo na parede e as pernas penduradas para fora. Uma figura que seria apenas cômica, se não tivesse deixado uma parte da coluna quebrada, sem poder ser emendada com pino de cimento.

 


Como eu já tinha uma “prévia” do estrago, por causa de uma queda no meio fio, os médicos se negaram a fazer a restauração clássica, que exige anestesia geral, um perigo por causa da idade. Em lugar de cimento, o conserto acenava com um caixão...

 

 


Resultado do desastre: ganhei um colete de plástico, do ombro até a cintura, para usar sempre que me levantasse da cama. E, como prêmio, uma dor infindável na região, pernas incluídas. O colete, que seria peça importante em qualquer campo de concentração, deveria ser usado por três meses. É brincadeira?

 


Junto com o sacrifício físico, quilos de pílulas contra dor, além do desânimo letal com a falta de segurança física que temos em qualquer idade, bem maior quando se penetra no “noventão”. Tudo isso tem, como atração extra, a lentidão total de qualquer tipo de cura.

 

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Amigos e pessoas gentis acharam que eu estava sem trabalhar, numa “boa”, aproveitando a folga para roletar por todos os lados. Mas a patetice que me abateu facilitou que fizesse planos para a temporada de festas para comemorar meu raro aniversário. A família, cansada de escutar meus gemidos constantes, fazia o que podia para levantar meu humor.

 

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A campanha foi imensa, mas até hoje não consegui ficar livre da penação. Minha vontade principal é de “bater as botas” – tão constante é o estado de todo o corpo, que só pensa em cama. Mas como a vida não é só dor, os momentos de alegria também não foram poucos. Passei dias e dias com o ego nas alturas, comemorando as alegrias que me foram proporcionadas por amigos, colegas e até desconhecidos.

 


Como tenho uma personalidade sempre mais desconfiada, não coloco minha vida particular e profissional nas alturas. Procuro ser o melhor que posso, com as trombadas naturais que fazem parte da vida. Ganhei neste tempo de dores um festival de elogios e cumprimentos, que não vou esquecer nunca. Até um livro encomendado por meu chefe, Josemar Gimenez, com textos escolhidos nesta coluna. Os agrados foram tão simpáticos e autênticos que amenizaram minhas dores.