Todo mundo sabe que os otorrinolaringologistas são radicalmente contra o uso de cotonetes, mas todo mundo usa. A desculpa é sempre a mesma, foi só na área externa da orelha para enxugar a água do banho. Mas quando a ponta do cotonete sai um pouquinho amarelada, dá uma comichão na não que pega outro cotonete e tenta limpar a cera. Geralmente isso acaba causando um estrago.

 




Dr. Humberto Guimarães me disse uma vez que devemos limpar o ouvido com algo da grossura do nosso cotovelo. Disse tudo. Não limpe seus ouvidos, se estiver sentindo muito incômodo, vá ao médico e ele fará a limpeza devida. Mas sempre nos perguntamos: quando devemos limpar a cera do ouvido? Qual o instrumento ideal para fazer isso? Por que os médicos dizem para tomar tanto cuidado?

 


De acordo com os especialistas, há uma diferença entre a limpeza externa do ouvido (que pode ser feita em casa, periodicamente) e a limpeza interna do canal auditivo. Neste último caso, é preciso, sim, ter auxílio médico quando há situações de incômodo.

 


Quando a cera está em excesso, ela pode ser um problema. Quando em falta, outro problema. Então as pessoas ficam na dúvida sobre como chegar a um meio termo ou, pelo menos, achar uma fórmula genérica que possa assegurar a higiene mais adequada possível dos ouvidos.

 


Às vezes dá uma vontade incontrolável de limpar o 'cerume', esse composto de secreção sebácea, com células epiteliais descamadas e enzimas, que fica dentro do nosso ouvido. De acordo com a dra. Bruna Assis, a cera de ouvido possui muitas propriedades úteis para o ouvido, porque fornece ao canal auditivo externo uma barreira que cobre e lubrifica o canal, protegendo contra “corpos estranhos”, como por exemplo organismos poluentes e insetos. Também tem uma função bactericida e antifúngica, que diminui riscos de infecções, por possuir um pH ácido que gera esse efeito.

 


Segundo a médica, não há uma regra ou periodicidade definida para a limpeza. Isso depende de cada indivíduo. Alterações anatômicas do formato ou diâmetro do conduto auditivo, assim como tipos de pele (mais oleosas ou ressecadas) ou, até mesmo, o uso de fones ou hastes flexíveis, podem levar a maior produção ou impactação da cera. Portanto, cada paciente deverá perceber o tempo de sua necessidade.

 


A recomendação é optar pelo uso de um tecido macio para a limpeza de sujidades. E isso deve ficar restrito à parte externa ou no pavilhão auditivo – jamais no canal auditivo. Instrumentos como hastes flexíveis, como o cotonete, ou mesmo pontiagudos, como pinças, não são recomendados dentro do conduto auditivo, devido a riscos de trauma local, lesões e infecções.

 


Há casos de acúmulo de cera que incomodam bastante e até dão a sensação de uma surdez parcial repentina. Nesse tipo de situação é preciso ter a avaliação médica de um otorrinolaringologista para resolução do quadro sem riscos de complicações. Isso porque é necessário um exame físico, com o uso de instrumentos adequados, a exemplo do otoscópio, bem como a remoção correta, que pode ser feita por processo de lavagem, aspiração, curetagem ou mesmo por via medicamentosa. Portanto, só com auxílio médico. (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)

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