Nesses dias que fiquei trancada em casa por causa de uma queda, cujo reflexo sinto até hoje, passava meu tempo lendo, vendo filmes e assuntando o que anda acontecendo pelo mundo.
Uma das maiores implicâncias que tive foi com o tempo gasto na Câmara e no Senado para discutir o desconto de Imposto de Renda sobre calcinhas importadas. A nossa inflação de arroz e feijão nas alturas e aquela gente que conhecemos tão pouco discutindo uma bobagem dessas, que não aumenta os gastos de ninguém, só os ganhos de quem vende.
O dia a dia de dona de casa me ensinou uma lição que não deixo de lado: só comprar o que posso pagar e substituir o que está caro pelo que está mais acessível. Os jornais têm anunciado com constância o aumento da batata-inglesa, como se ela fosse um alimento importante na mesa do brasileiro.
Se é por causa da batata frita, são vendidos pacotes do produto já pronto para quem não fica sem ela.
No lugar da batata-inglesa, temos a mandioca, a batata-doce e outros que podem ser usados com o mesmo sucesso e rendimento. Alguém já experimentou fazer salada de batata-doce? Ela recebe, com o mesmo sucesso da inglesa, temperos como maionese e outros. E acompanha, com o mesmo resultado, carnes, peixes, frangos e até ovo frito.
Uma coisa boa neste país é que o mercado de frutas e hortaliças se renova o ano inteiro através de safras que vão mudando de acordo com as estações. Algumas vezes acontece o inusitado: o produto enlatado estar mais em conta do que o natural.
Ficar fixada na mesma lista de alimentos acaba estourando qualquer orçamento para alimentação.
Dia desses, estava com uma vontade danada de enfrentar um prato de favas com costelinha. Procurei por todo lado e a única fava fresca que encontrei estava custando os olhos da cara. Substituí as favas por canjiquinha, que existe por tudo quanto é lado, e matei um pouco do desejo.
Para cobrir a vontade total, só esperando a temporada das favas chegar...
O abacaxi é outra fruta que derruba orçamentos. Principalmente de quem quer facilitar as compras. Durante anos, quando ia ao Mercado Central todas as semanas, comprava a fruta na base da escada do estacionamento. Na última vez que lá estive, com um só abacaxi do Mercado, era possível comprar três num desses caminhões que existem em todos os bairros e vendem frutas mais baratas do que em qualquer mercado.
Outra área boa para fazer economia é o fim de semana, poucas casas contam com mão de obra costumeira nesses dias. A solução é pedir comida pronta em restaurantes. Eu era craque para pedir feijoada assim, até o dia que descobri a tolice que estava fazendo. Fim de semana desses, resolvi experimentar uma feijoada feita de véspera e muito mais saborosa.
Fiz a lista dos ingredientes necessários, sem me esquecer do feijão-preto. Gastei R$ 100 e tudo foi comprado na sexta, inclusive pé e rabo que são as melhores partes, para mim. E ainda teve troco.
A feijoada foi consumida no sábado. Estava ótima, chegou com fartura ao domingo e fiz economia de quase R$ 100, a diferença entre a comprada e a feita em casa.
Aliás, comidas que podem ser feitas de véspera e guardadas na geladeira são ótimas para facilitar a vida. Até o prosaico macarrão vai bem nesse adiantamento, especialmente se a massa cozida receber um molho especial, que pode ser feito antes e guardado na geladeira.