É preciso dar um basta a abusos contra a mulher cometidos no ambiente de trabalho -  (crédito: Pixabay/reprodução)

É preciso dar um basta a abusos contra a mulher cometidos no ambiente de trabalho

crédito: Pixabay/reprodução

Assédio sexual, moral ou de qualquer natureza é problema grave, que deve ser combatido por todos. Experiência paulista sobre esse tipo de abuso tem dado resultado positivo, conta Tânia Gomes. Sócia da Livre de Assédio, startup voltada para a prevenção do problema, ela nos enviou material interessante, que publicamos a seguir:

 

“Parece pequeno, mas o simples treinamento de equipes passou a ser uma vitória gigantesca para as mulheres. Recentemente, inúmeros profissionais foram treinados para aplicar o Protocolo Não se Cale, lei municipal em vigor em São Paulo. Estamos vendo na prática o começo do fim do ambiente hostil para vítimas de assédio, e isso é digno de comemoração.

 

 

Observando essas capacitações, veio uma certeza: estamos no caminho correto para transformar positivamente o ambiente das startups em São Paulo, especialmente nos eventos, muitos dos quais, historicamente, negligenciaram a responsabilidade de proporcionar um espaço seguro para as mulheres. Agora é lei. E a lei se cumpre.

 

Ainda que São Paulo seja o epicentro de inovação e empreendedorismo no Brasil, é proporcional ao seu tamanho a toxicidade para mulheres nos eventos realizados na metrópole. Apesar de pedidos de socorro, cartas abertas e movimentos dentro da comunidade de startups e inovação, essas questões frequentemente foram ignoradas, ou até hostilizadas, por membros do próprio ecossistema.

 

A Lei Municipal nº 17.320/2020 exige que empresas e organizadores de eventos implementem diretrizes claras para a prevenção e combate ao assédio sexual, incluindo treinamentos obrigatórios e a criação de mecanismos de denúncia anônimos e seguros.

 

No município de São Paulo, a lei fala que a proteção acontece em qualquer local onde haja socialização. A legislação é um passo crucial para mudar essa realidade, obrigando a adoção de medidas proativas contra o assédio. E precisa ser cumprida.

 

 

Empresas, investidores e organizações do ecossistema de startups precisam se adaptar rapidamente para não serem penalizados. Isso inclui treinar equipes, estabelecer canais de denúncia seguros e criar locais de acolhimento para vítimas.

 

Não há mais espaço para pressionar as vítimas, constrangê-las pelo WhatsApp, coagi-las pessoalmente ou ameaçar suas carreiras. Esses atos são criminosos e, infelizmente, eram comuns.

 

A lei manda um recado claro à sociedade: a cidade está ao lado das mulheres, as principais vítimas desses crimes, que se tornaram frequentes no ambiente de inovação. A nova lei proporciona uma ferramenta poderosa para proteger espaços de trabalho e eventos, promovendo ambiente mais seguro e inclusivo para todos. E o meu recado é ainda mais forte: não se cale – juntas, podemos fazer a diferença.”