Calvície é um processo evolutivo: os fios de cabelo estão geneticamente programados para cair -  (crédito: Pixabay/reprodução)

Calvície é um processo evolutivo: os fios de cabelo estão geneticamente programados para cair

crédito: Pixabay/reprodução

Entre as pessoas que sofrem com o problema de queda capilar, é comum a reclamação de precisar tratar a calvície durante a vida inteira. Muitos pensam que o transplante capilar pode ser a solução perfeita para esses casos, afinal, os resultados aparecem e os fios transplantados não sofrem com o processo de miniaturização, que faz o cabelo cair e ficar menos volumoso, se extraídos da zona protegida occipital.

 

“Mas a ideia de poder abandonar o tratamento clínico não corresponde à realidade. Eu, por exemplo, não indico a cirurgia de transplante capilar antes de seis meses de uso de medicamentos tópicos e orais. Isso é fundamental para poupar a área doadora, preencher melhor a área receptora, verificar como a calvície responde ao tratamento medicamentoso e testar como o paciente adere ao tratamento clínico. Afinal, ele continuará sendo indicado após a cirurgia”, explica o médico Danilo S. Talarico, que é professor de cirurgia capilar e tricologia.

 

 

“É importante deixar claro que a calvície é um processo evolutivo, isso quer dizer que os fios estão geneticamente programados para afinar e cair. Pessoas que ainda têm quantidade considerável de cabelo durante o transplante capilar podem sofrer o afinamento desses fios, o que no futuro deixará um resultado ruim, pois os fios transplantados permanecem e os outros caem”, adverte.

 

 

O procedimento consiste na recolocação de unidades foliculares do próprio paciente em regiões onde ocorreu a miniaturização ou atrofia dos fios pela calvície.

 

“A retirada dos folículos é realizada por várias mini-incisões em todo o couro cabeludo da área doadora, nas quais os folículos já saem separados. A técnica pode ser feita por robô ou manualmente. Esse transplante leva de oito a 12 horas e permite que o paciente durma, pois é feita sob sedação anestésica endovenosa”, explica o especialista.

 

 

De acordo com Danilo Talarico, a cirurgia é opção para quem sofre com a rarefação dos cabelos e já está em tratamento conservador, mas deseja restaurar a densidade capilar.

 

“É fundamental que o paciente já esteja usando medicamentos orais, como finasterida, dutasterida ou outro antiandrógeno. Já o tratamento com minoxidil impede a redução dos ciclos capilares através das prostaglandinas e melhora a circulação sanguínea local, acelerando a velocidade de crescimentos dos fios com mais qualidade”, diz.

 

Procedimentos em consultório como intradermoterapia, laser, terapias regenerativas como exossomas e PDRN, além da aplicação de fármacos, podem ser indicados caso os pacientes não tolerem os tratamentos mais baratos e conservadores.

 

 

O especialista diz que o resultado é muito natural, pois os folículos são cuidadosamente selecionados, extraídos individualmente e inseridos um a um de maneira estratégica, de acordo com a angulação e distribuição necessária para restaurar com naturalidade.

 

“Ao contrário do que muitos pensam, transplante capilar não é sinônimo de implante capilar. Enquanto o implante é realizado com fios sintéticos, gerando resultados artificiais e danos atróficos aos folículos ainda existentes naquele couro cabeludo, o transplante é feito com fios retirados do próprio paciente”, compara.

 

Segundo o médico, o procedimento é seguro, pois como as unidades foliculares utilizadas são do próprio paciente, não há risco de rejeição.

 

“Os resultados dos fios transplantados são permanentes, visto que o procedimento é feito com unidades foliculares que não sofrem interferência genética da calvície, se o médico tiver experiência para escolher os fios ideais. Mas é importante que o paciente siga com o tratamento clínico da calvície para que a condição não evolua”, conclui.