DIU impede que espermatozoides fecundem o óvulo -  (crédito: Pixabay/reprodução)

DIU impede que espermatozoides fecundem o óvulo

crédito: Pixabay/reprodução

 

 

Apesar de o DIU estar disponível para as brasileiras desde a década de 1960, ainda há muitas dúvidas não só sobre o método contraceptivo em si, como sobre os modelos disponíveis: o hormonal e o não hormonal, de cobre ou de cobre com prata.

 


Primeiramente, deve-se compreender o que são estes dois modelos, afirma Ricardo Bruno, doutor em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, chefe do Serviço de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da UFRJ e diretor do laboratório Exeltis Brasil.

 

 


“A maior diferença é que o DIU hormonal atua liberando hormônio dentro do útero, enquanto o de cobre e prata atua sem hormônio. Porém, ambos são um pequeno dispositivo flexível com o formato de T, que impede a penetração e a passagem dos espermatozoides, fazendo com que eles não encontrem o óvulo e evitando a fecundação”, explica Bruno.

 


No caso do DIU hormonal, a contracepção se dá por meio da liberação dos hormônios, enquanto na opção não hormonal o modelo libera íons de cobre ou prata que impedem a fertilização do óvulo.

 


“Vale ressaltar que na opção de cobre com prata, a prata é responsável por estabilizar o cobre, fazendo com que a resposta inflamatória seja menor, podendo levar a menor sangramento no período menstrual e com isso diminuir as cólicas”, afirma Ricardo Bruno. Porém, ainda são limitadas as evidências científicas disso.

 

Leia mais: Contraceptivos hormonais aumentam o risco de câncer de mama?

 


Entre as semelhanças, o ginecologista destaca a eficácia, pois a chance de falha dos dois modelos é extremamente baixa, segundo ele. “Ambos devem ser colocados por um profissional médico. A inserção é feita a partir de uma técnica e também por isso as chances de falha são pequenas”, diz.

 


Outro ponto em comum: os dois modelos podem ser usados durante a amamentação. É possível inseri-los logo após o parto e em pacientes com risco de trombose aumentado. “A exceção se dá quando a paciente está com um quadro ativo da doença. Nesse caso, não se deve colocar o DIU com hormônios. Caso a opção seja pelo DIU sem hormônio, não há problema”, detalha.

 


O DIU hormonal pode causar amenorreia (interrupção da menstruação) ou diminuir o fluxo, melhorando a qualidade de vida de quem tem cólicas intensas. Os de cobre ou prata, por não possuírem hormônios, não interferem na libido nem ampliam o risco de trombose, além de não aumentarem a retenção hídrica e não causarem reações na pele, como aumento da oleosidade e aparecimento de acne.

 


É importante consultar o ginecologista para entender qual será o melhor modelo, pois cada corpo tem sua especificidade, observa o doutor Ricardo Bruno.


“Há diversas questões para se levar em consideração, como as doenças familiares, sintomas da TPM, fluxo, idade e condições de saúde de forma geral”, conclui.