Franceses e turistas do mundo todo participaram da abertura da Olimpíada de Paris, às margens do Rio Sena, na última sexta-feira -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Franceses e turistas do mundo todo participaram da abertura da Olimpíada de Paris, às margens do Rio Sena, na última sexta-feira

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press

 

Amo as Olimpíadas. Poder ver os melhores do mundo em todas as modalidades esportivas é uma das coisas mais emocionantes. Claro que torço para o Brasil, mas gosto de acompanhar os outros países. Tento ver de tudo: vôlei, handebol, basquete, futebol, tênis, hipismo, natação, saltos ornamentais, ginástica, esportes náuticos, judô, etc. E estou me deliciando com as novas modalidades que entraram na última Olimpíada, como surfe e skate.

 


Começo a contagem regressiva uma semana antes, na expectativa da festa de abertura. E, como todo mundo, estava querendo ver como seria a novidade de desfile e abertura em cenário aberto, no meio da cidade. Indiscutivelmente, ver a beleza arquitetônica de Paris foi maravilhoso, mas a abertura foi muito melhor para quem assistia de casa do que ao vivo, uma vez que muitas imagens foram gravadas e exibidas em telão. Para complicar, ainda caiu o maior toró.


Confesso que fiquei preocupada com os atletas recebendo aquela água toda. Só pensava na possibilidade de gripe, possível perda de rendimento e, consequentemente, de medalha.

 

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Fiquei até feliz de nossa delegação estar de chinelo, pelo menos os pés não ficaram encharcados dentro de tênis ou sapato e meias, o que pioraria a situação.


Com certeza, o governo francês conseguiu alcançar seu objetivo: fazer uma abertura mais barata – não precisou construir novo estádio –, e vender Paris e sua cultura como nenhum país nunca fez nas Olimpíadas. Ganharam medalha de ouro em marketing.

 

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Alguns momentos foram belos, como a dança dos “trabalhadores” de Notre Dame, a cantora lírica entoando o hino da França e as dançarinas sobre varas móveis.


Mas não deram certo os bailarinos do cancan, de cor-de-rosa, mais desencontrados que balé infantil. Foi lamentável a parte desrespeitosa e desnecessária daparódia de extremo mau gosto da “Última Ceia”.
Tanto é verdade que os organizadores das Olimpíadas pediram desculpas aos cristãos publicamente e retiraram as imagens das postagens oficiais.


Ficarão na memória para sempre os momentos finais com a amazona no rio, o show de luzes na Torre Eiffel e Celine Dion, que estava belíssima de Dior, cantando o “Hino do amor”, de Edith Piaf, além do acendimento da pira.


Uma coisa que nós, torcedores, não entendemos, eu ouvi de um ex-atleta olímpico, que participou das Olimpíadas de Moscou, em 1980: “Treinamos anos, uma vida, para chegar a uma Olimpíada. O nosso sonho é pisar em um estádio no desfile oficial. Ali é o nosso 'templo', é a coroação de todo o trabalho e esforço. A sensação que sentimos naquele momento é indescritível. Esses atletas não sentiram isso. Quem não for a uma outra Olimpíada nunca terá o prazer de sentir essa emoção. Isso foi uma perda enorme para eles”.

 

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Só a título de curiosidade: em 1980, o Brasil levou à Rússia 109 atletas, sendo 94 homens e 15 mulheres, para disputar 13 modalidades. Este ano, a delegação brasileira conta com 277 atletas, sendo 124 homens e 153 mulheres, que estão participando de 39 modalidades esportivas. Fica aqui o registro de quem viveu uma Olimpíada. (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)