Antes de esborrachar no chão há quase dois meses e quebrar uma vértebra, o que me castiga com dores que ninguém suporta e tonteira que médico nenhum consegue resolver, fui visitar o espaço onde será montada a Casa Cor. Achei a mudança perfeita, porque a última edição, realizada em residência familiar conhecida na cidade, foi trabalho inútil. Quem visitou o evento preferiu observar a montagem original que ficou no local, em vez de propriamente o que estava sendo proposto. Para meu gosto e julgamento, passou em branco.

 

A mudança deste ano propõe uma novidade: montar os trabalhos em espaço livre, onde cada decorador poderá expor seu trabalho sem obstáculos. Só fiquei pensando na distância, pois o local fica bem longe do Centro. Surgiu logo uma ideia: por que os promotores da Casa Cor não usam o expediente de oferecer condução em veículo próprio, em horas marcadas?

 



 

Voltando ao que vai acontecer: Casa Cor será realizada no moderno Espaço 356, no Bairro Olhos D'Água, e vai receber como um dos destaques a intervenção artística de quatro andares intitulada “O bloco”. Assinada pelo arquiteto urbanista Alexandre Nagazawa, sócio da Bloc Arquitetura Imobiliária, a estrutura imponente poderá ser vista não apenas pelos visitantes da Casa Cor, como por quem trafega pela BR 356. A intervenção tem patrocínio da Basiloc, Templuz e EPO.

 

A proposta de Nagazawa se baseia no conceito de reutilização de materiais e espaços esquecidos. O arquiteto usou estruturas de andaimes e escoras de sustentação das vigas e lajes que fizeram parte da construção do Espaço 356.

 

“Quisemos trazer para a Casa Cor um elemento periférico, renegado e esquecido, que são os andaimes. É a recriação de escoras utilizadas na obra do restaurante do segundo andar, que não teriam mais utilidade. Vimos nessas estruturas uma beleza absurda, com jogo de luzes e sombras muito tocante. Estamos descortinando um elemento ordinário da obra para promover a viagem sensorial dos visitantes da mostra, demonstrando que a beleza pode estar em lugares, superfícies e situações inesperadas. Basta uma nova maneira de olhar para encontrá-la. Também trouxemos o resgate da história do lugar”, afirma Nagazawa.

 

Convidado especial da direção da Casa Cor, Alexandre foi o responsável pelo projeto arquitetônico do Espaço 356, um centro de experiências, lazer e comércio em constante transformação, surgido da reutilização de antigo motel na BR 356.

 

 

A mostra, que será realizada de 26 de julho a 15 de setembro, é uma das mais importantes exposições de design e arquitetura do país. A temática “De presente, o agora” convida o visitante a refletir sobre o valor do presente e do legado construído para as futuras gerações.

 

O Espaço 356 é um dos maiores retrofits em curso na capital mineira, com mais de 30 mil metros quadrados. Com várias operações ainda sendo incorporadas, o local abriga o Memorial do Queijo, a escola de culinária do chef Leo Paixão, o restaurante Rizoma, parque indoor com mais de 2 mil metros quadrados e um complexo gigantesco de esportes, com três quadras de pickleball, 14 de beach tênis e oito de padel, totalizando cerca de 4 mil metros quadrados.

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