James, portador de síndrome de Angelman, com o pai, o ator Colin Farrell -  (crédito: People/Youtube/reprodução)

James, portador de síndrome de Angelman, com o pai, o ator Colin Farrell

crédito: People/Youtube/reprodução

 

 

Algumas doenças ficam “ignoradas” por anos, só se tornam conhecidas quando alguém de maior projeção toca no assunto. Foi assim com a retinopastoma, da qual a filha do apresentador e jornalista Tiago Leifert é paciente, e com a síndrome de Angelman enfrentada por James, filho do ator irlandês Colin Farrell.

 


Indicado ao Oscar no ano passado e vencedor de dois Globos de Ouro, Farrell falou pela primeira vez, recentemente, sobre a condição do filho, hoje com 20 anos, que nasceu com a rara síndrome de causas genéticas.

 

 


Segundo o ator, se James fosse seu segundo filho, ele teria descoberto a doença mais cedo. “Marinheiro de primeira viagem”, só percebeu as limitações do primogênito quando veio Henry, o outro bebê da família.

 


Quando ouviram Henry fazer barulhos, os pais buscaram a causa do silêncio de James, já com 1 ano e meio. O menino foi diagnosticado erroneamente com paralisia cerebral, o que é muito comum, porque as características são semelhantes.

 


Só aos 2 anos e meio veio o diagnóstico correto. Submetido a tratamento, James fez progressos, conta Farrell.

 


A síndrome de Angelman é uma doença genética e neurológica que se caracteriza por atraso intelectual, ausência de fala, riso excessivo, convulsões e movimentos desconexos. As causas estão relacionadas com a mutação ou ausência do cromossomo 15, herdado da mãe.

 


Os sintomas podem ser percebidos logo no primeiro ano de vida. Entre eles estão convulsões frequentes, microcefalia, atraso mental grave, desatenção, hiperatividade, baba frequente, dificuldade para sentar, caminhar, andar e engatinhar, distúrbios do sono e incapacidade de coordenação dos movimentos.

 


O tratamento consiste na combinação de medicamentos e terapias. As convulsões podem ser controladas com o uso de remédios.

 


Angelman não tem cura, mas há várias formas de tratar os sintomas. A terapia de comunicação, por exemplo, auxilia no desenvolvimento da linguagem, pois os portadores da doença têm o aspecto comunicacional muito prejudicado.

 


Por sua vez, a hidroterapia promove o relaxamento, além da redução de sintomas de déficit de atenção, hiperatividade e problemas relacionados ao sono.

 


A musicoterapia proporciona a diminuição da hiperatividade e ansiedade.

 


Já a terapia ocupacional auxilia no desenvolvimento da autonomia, envolvendo atividades como pentear o cabelo e escovar os dentes, por exemplo.

 


A hipoterapia, com utilização de cavalos, auxilia na tonificação dos músculos, melhorando a coordenação motora e o equilíbrio.

 


O respeitado ator irlandês criou a Fundação Colin Farrell, com o objetivo de apoiar portadores da síndrome. (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)