Silvio Santos e Maísa, a dupla mais fofa dos domingos na TV, em foto de 2008 -  (crédito: SBT/divulgação)

Silvio Santos e Maísa, a dupla mais fofa dos domingos na TV, em foto de 2008

crédito: SBT/divulgação

 

 

Todos nós temos sonhos. Grandes ou pequenos, isso não significa que iremos realizá-los algum dia. Mas como é bom ter sonhos, coitado de quem não os tem. Um dos meus era, um dia, conhecer ou ver pessoalmente o Silvio Santos. Isso não será mais possível.

 

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Sempre me perguntava o que faria se desse de cara com ele no aeroporto, em um restaurante ou até mesmo no SBT. Sim, porque fui lá por duas vezes: uma, a convite da Hebe Camargo, para assistir a seu programa; outra, a convite de Carlos Alberto da Nóbrega, para acompanhar a gravação de “A praça é nossa”, quando Ilvio Amaral e Maurício Canguçu tinham um quadro no humorístico, atração das quintas-feiras no SBT/Alterosa.

 

 

 


Provavelmente, não faria nada se ficasse frente a frente com Silvio, porque nessas horas sou muito boba. Vejam a oportunidade que perdi: sempre fui fã do James Taylor, que há 25 anos esteve em BH para participar de um show do Milton Nascimento, no Palácio das Artes. Claro que fui. Depois do show, alguns amigos e eu, entre eles meu querido e saudoso Remo Peluso, fomos para o Chico Mineiro e sentamos nas mesas da calçada. De repente, chegam Milton, James Taylor, mais algumas pessoas e entram para jantar. Fiquei admirando James passar, mas não tive coragem de abordá-lo. Remo ficou me incentivando a ir lá e pedir autógrafo, mas não consegui. Por incrível que pareça, sou tímida. Arrependi.

 


Certa vez, uma colega da TV Alterosa se encontrou com Silvio no aeroporto. Ela o abordou, disse que trabalhava em uma afiliada do SBT e conseguiu uma foto. Foi muito bem recebida por ele. Quando me contou, disse que a primeira coisa que veio à mente foi: “Ele existe”. Realmente, Silvio é uma lenda.
Alguns brasileiros são eternos. Mesmo depois de partir, nunca serão esquecidos, como é o caso de Pelé, Ayrton Senna e agora Silvio Santos. Como muitas pessoas falaram durante a cobertura jornalística no fim de semana, quem morreu foi Senor Abravanel – Silvio Santos continua vivo, não morrerá nunca.

 

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Lembro-me de cinco vezes em que o país parou diante da cobertura da morte de brasileiros. A primeira vez foi na morte de Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985. A segunda foi em 1º de maio de 1994, quando Ayrton Sena morreu em Imola. Ninguém conseguia acreditar. Quando o corpo chegou, o país parou para acompanhar a cobertura do velório e enterro.

 


A terceira ocorreu em março de 1996, quando os músicos da banda Mamonas Assassinas perderam a vida na queda do avião em São Paulo. A quarta foi em 29 de dezembro de 2022, quando o rei Pelé nos deixou. Nem mesmo a véspera do ano novo tirou a tristeza dos brasileiros.

 


A quinta foi no último fim de semana, com a morte de Silvio Santos. No dia 17, a programação da Globo foi só sobre ele até as 16h30, e retornou depois da novela. E não poderia ser diferente. A cobertura do SBT/Alterosa ficou no ar ininterruptamente, relembrando a história de Silvio.

 

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Desde criança, passava o domingo assistindo ao “Programa Silvio Santos”, que agradava a toda a família. Ele conseguia, como ninguém, mesclar os quadros de uma forma que não cansava, eram 12 horas no ar. Tinha o timing perfeito, sabia o tempo certo que deveria durar cada quadro para não perder a atenção do telespectador.

 


Eu amava o “Qual é a música?”. Respondia tudo antes dos artistas, era uma delícia. “Show de calouros”, “Porta da esperança”, “Domingo no parque”, “Boa noite Cinderela”, “Cidade contra cidade”, “Arrisca tudo”, “Ela disse ele disse”, o famoso “Quem quer dinheiro?” e muitos outros.

 

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Silvio era um visionário. Criou o primeiro Tinder, na época da televisão em preto e branco, quando lançou o “Casamento na TV”, que selecionava um casal entre 50 pretendentes. Acompanhou por um ano o relacionamento dos dois escolhidos, para ver se daria casamento, e foi o padrinho. Deu a eles de presente um aparelho de TV.

 


Deu tão certo que o casal apareceu na homenagem aos 60 anos do “Programa Silvio Santos”. Depois, já na época da TV em cores, lançou o “Em nome do amor” e, mais tarde, o “Namoro na TV”.
Sábado, Pedro Bial disse que Silvio partiu no momento certo, quando a televisão que ele fazia não cabe mais no mundo atual.

 


Desculpe, Bial, não concordo, mesmo porque a Globo está tentando se popularizar: o “Caldeirão” e o “Domingão” nada mais são que quadros do programa do Silvio em nova roupagem.
O “Quem quer ser um milionário?”, de Luciano Huck, nada mais é que o “Show do milhão”, de Silvio Santos, com algumas mudanças. O próprio Luciano disse isso na homenagem que fez, em seu programa, ao mestre de todos.

Ficarão a lembrança e a saudade. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)