A laqueadura e a vasectomia são métodos contraceptivos utilizados por mulheres e homens que não desejam ter filhos. Porém, há casos em que elas engravidam e eles acabam se tornando pais após a realização dos respectivos procedimentos. Como isso é possível?
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João Paladino, especialista em reprodução humana da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica que a laqueadura é uma cirurgia que bloqueia, liga ou corta as trompas ou tubas que conectam o útero aos ovários. Já o procedimento da vasectomia consiste em interromper a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos até os canais da uretra.
Apesar de raro e difícil, é possível, sim, que homens e mulheres possam ter filhos após os dois procedimentos. A primeira possibilidade é de alguma falha na cirurgia. Ou, então, as trompas podem se reconectar de forma natural, mas isso depende muito da forma como foi realizado o procedimento. Assim como na vasectomia, pode haver resquícios de sêmen, principalmente no período inicial pós-cirúrgico.
Mesmo que ao optar pela cirurgia a pessoa tenha a ideia fixa de não ter filhos, ela pode mudar de ideia. Caso isso aconteça, uma das saídas é a reversão da vasectomia ou da ligadura das trompas.
“Cerca de 6% dos homens vasectomizados mudam de ideia. A reversão da vasectomia é realizada a partir de uma microcirurgia com uso de microscópio para reconectar as pontas dos canais deferentes que foram cortados. Mas o sucesso total da tentativa de reversão depende de vários fatores, como há quanto tempo a vasectomia foi feita e a técnica usada. Assim, quanto menor o tempo entre a vasectomia e sua reversão, maiores as chances de resultado positivo”, explica Paladino.
Mulher engravida após falhas no DIU e na laqueadura
No caso das mulheres, é preciso realizar a reanastomose, microssutura para religar os canais e possibilitar que os espermatozoides voltem a ter acesso à tuba uterina para fecundar o óvulo. Porém, são limitadas as chances de sucesso da reversão da ligadura das trompas.
Se a reversão não teve sucesso ou não foi possível pelo tempo que passou após a realização da cirurgia, Paladino recomenda a fertilização in vitro, um dos tratamentos mais indicados nesse caso. Além da fertilização, outras alternativas são a inseminação artificial, o congelamento de óvulos e embriões e a ovodoação. (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)