Muitas pessoas sofrem com uma condição chamada zumbido, caracterizada pela percepção do som sem uma fonte externa identificável. Imagina ouvir 24 horas por dia um barulho. Tenho uma amiga que tem zumbido, foi a vários otorrinos e a solução não foi boa. Recomendaram a ela colocar outro barulho no ambiente para minimizar seu zumbido, porque o problema não tem cura.
A otoneurologista Nathália Prudencio, otorrinolaringologista especialista em tontura e zumbido, explica que zumbido nos ouvidos pode assumir a forma de várias percepções de sons, como clique, chiado, assobio, sons de cigarra, abelha, grilo, mosquito, bater de asas de uma borboleta, ou mesmo apito, sons de cachoeira, sirene, estática da televisão e motor elétrico.
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O zumbido, geralmente, é sintoma de uma condição médica subjacente, como perda auditiva relacionada à idade, problema no sistema circulatório ou trauma no ouvido. Não há cura para o transtorno; a alternativa se concentra no controle dos sintomas e no tratamento da doença subjacente.
Quando o zumbido incomoda o paciente, pode causar fadiga mental, pois o cérebro fica em estado de alerta com o som, levando ao cansaço mental. O zumbido ocorre em cerca de 25 milhões de pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde e, em casos mais graves, pode levar inclusive à depressão.
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A longo prazo, o zumbido pode prejudicar a saúde cerebral. Estudo mostrou que o problema está ligado a duas redes no cérebro, apelidadas de rede de atenção dorsal, que reconhece estimulantes como toque e ruído, e a rede de modo padrão, que supervisiona atividades durante o relaxamento e o descanso.
Quando algo chama a atenção de uma pessoa, a rede dorsal de atenção é ativada. Mas, em alguns casos, a rede do modo padrão entraria em ação, permitindo que a pessoa relaxasse e evitasse a fadiga mental. Em uma pessoa com zumbido, o cérebro se concentra mais no toque ou zumbido, evitando que ela entre no modo padrão. O cérebro estaria sempre em alerta, levando ao cansaço mental.
Essa condição é pior em pessoas com zumbido crônico, que dura mais de seis meses, segundo a otoneurologista. O zumbido crônico permite que a pessoa se concentre no som do zumbido a cada momento de vigília, sem conseguir relaxar completamente. Tudo isso leva à exaustão mental e física, inquietação, irritabilidade, insônia e fadiga.
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Nathália Prudencio explica que tratar a condição médica subjacente ao zumbido é a forma ideal de reduzir os efeitos no corpo e no cérebro. “Embora alguns tipos de zumbido não possam ser completamente erradicados, os sintomas podem ser aliviados. Não há um tratamento único que seja eficaz em todos os tipos de zumbido, mas sempre buscaremos a causa do problema para determinar o tratamento de forma individual.”
Entre as formas de tratar a condição estão o uso de aparelhos auditivos, lavagem de ouvidos se houver acúmulo de cera, fisioterapia e alguns medicamentos a depender da causa e estilo de vida saudável. “O melhor a fazer é buscar ajuda de um otoneurologista para identificar a causa e indicar o tratamento mais adequado”, destaca a médica. (Isabela Teixeira da Costa / Interina)