Anna Marina
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Em alta, cachaça ganha novo status na coquetelaria

Mixologistas inventam drinques surpreendentes com a aguardente criada no Brasil por negros escravizados

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A próxima sexta-feira, 13 de setembro, é Dia Nacional da Cachaça. A bebida brasileira, que sempre foi considerada de baixo status, agora está em alta. Isso porque os drinques caíram no gosto geral, mixologistas e bartenders abraçaram a caninha na coquetelaria.

 

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Originalmente brasileira, a cachaça foi inventada em meados do século 16 por negros escravizados nas fazendas de cana e engenhos de açúcar, segundo pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Durante muito tempo, foi consumida apenas pela população pobre.

 

 


No século 17, a corte proibiu a produção e a venda do destilado, o que levou à revolta dos produtores contra a coroa portuguesa. Em 13 de setembro de 1661, a rainha Luísa de Gusmão, esposa de D. João IV, liberou a bebida no Brasil. Por isso, a data é celebrada como o Dia Nacional da Cachaça.

 


Antes marginalizada, hoje o cenário é outro: a coquetelaria vem abraçando a cachaça, usando o destilado como ingrediente importante na elaboração de drinques autorais. Mixologistas e bartenders passaram a explorar sua considerável versatilidade.

 

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“Estamos vivenciando o movimento que apresenta a bebida para além da caipirinha e começa a brincar com outras receitas”, destaca o mixologista Tiago Santos, uma das autoridades no ramo da coquetelaria, com mais de 20 anos de atuação na cena gastronômica de Belo Horizonte.

 


Santos considera a cachaça mineira a melhor do Brasil – e ele entende das coisas. Somos os maiores produtores de alambique no país, com 13,5 milhões de litros/ano, segundo levantamento realizado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

 

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Claro que existem bons produtores no Rio de Janeiro e no Nordeste, mas Minas Gerais se destaca com marcas ganhando fama, além de rótulos apresentando roupagens sofisticadas, modernas e diferentes. O mixologista afirma que a cachaça mineira é um dos melhores destilados para se trabalhar dentro do bar, pois permite fazer muita coisa interessante.

 


O Moema, bar conhecido da Savassi no qual Santos é responsável pela carta de drinques, usa a Bem me Quer, genuinamente mineira, premiada recentemente entre as 50 melhores do Brasil. Envelhecida em madeira de carvalho, é um dos ingredientes do drinque Flor de cana.

 


Segundo o mixologista, este drinque mostra a elegância do destilado sob a forma de “coquetel de conversa”. Ou seja, para ser degustado aos poucos e não por meio de shots, servidos em pequenos copos, geralmente bebidos num só gole.

 


“A receita leva 20ml de cachaça, licor de flor de sabugueiro, limão-siciliano e campari”, cita Tiago Santos, acrescentando que o resultado é um drinque exuberante esteticamente, com um quê de modernidade – daí o campari, emprestado do Negroni. Tiago é defensor da mudança da coquetelaria. “No caso da cachaça, se a gente consegue modernizar e colocá-la em um copo com gelo, por exemplo, vamos tirando o estigma de bebida antes vista como ruim”, explica.

 


O mixologista dá dicas para degustar diferentes tipos de cachaça. A branca proporciona salivação mais aflorada; por ser mais forte, provoca uma explosão alcoólica na boca. O segundo tipo é a envelhecida em diferentes barris de madeira. Há desde aquelas armazenadas em carvalho e jatobá às condicionadas em barris de amêndoa e amburana. Cada qual tem sua própria característica.

 


O importante é saber que menos é sempre mais. Com exceção da caipirinha, Tiago Santos não costuma colocar mais de 50ml de cachaça nos drinques criados por ele.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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