“Sou casada há 20 anos, amo meu marido, somos parceiros, melhores amigos e temos uma filha adolescente”, conta Carmen (nome fictício), de 49 anos. “De um tempo para cá, têm nos faltado sintonia sexual e desejo. Nunca pretendi me divorciar, mas abrir mão do sexo foi me adoecendo ao longo dos anos. Fiquei deprimida, desisti da vida. Então, percebi que precisava me sentir desejada, voltar a sentir o corpo, os beijos e o prazer de um encontro real”, acrescenta ela, usuária da plataforma de encontros não monogâmicos Gleeden.

 

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Boa parte da população pode até não ter ouvido falar, mas a plataforma já acumula quase 12 milhões de usuários ao redor do mundo – 1,1 milhão apenas no Brasil.

 



 

“Somos o site e o aplicativo número 1 do mundo em encontros entre pessoas não monogâmicas”, afirma Silvia Rúbies, diretora de Comunicação e Marketing da plataforma Gleeden.

 

“Certamente, os nossos números são um reflexo da sociedade, que, embora ainda bastante conservadora e patriarcal, passou a entender que a monogamia já não é mais o único modelo de relacionamento”, comenta.

 

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Assim como Carmen, vários usuários da plataforma mantêm uma relação oficial, seja casamento ou namoro. “Fiz terapia de casal, tântrica, recorri à espiritualidade, mas nada resolveu. Tentei abrir o relacionamento, mas a limitação do meu marido (ou egoísmo, machismo, controle?) não permitiu. Não quero magoá-lo, mas preciso viver. Não é justo comigo abrir mão da sexualidade”, diz Carmen.

 


A usuária da Gleeden revela que encontrar pessoas na mesma situação dela a reconectou com seu lado mulher e, inclusive, trouxe benefícios diretos ao casamento.

 

Além do meu processo individual de terapia, a Gleeden ajudou a aceitar o meu marido como ele é, e isso melhorou nossa relação. Meu corpo acordou em vários aspectos. Voltar a ter orgasmos, experimentar novas sensações tem sido incrível. Esses encontros me trouxeram desejo, boas interações, histórias e, claro, também um sexo muito bom”.

 

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Em pesquisa recente da Gleeden, 28% das mulheres brasileiras alegaram trair os parceiros por “falta de atenção”, enquanto 32% dizem que é para se sentirem sexy novamente.

 

“A maioria das usuárias da plataforma não recebe carinho e/ou atenção dos parceiros, que estão acomodados com a situação e deixam o tempo passar. Os relacionamentos esfriam mesmo, o que gera desconforto e faz com que elas busquem por novas aventuras, sem deixar de amar e respeitar quem está diariamente ao lado delas”, pontua Silvia.

 

Não há consenso sobre como serão as relações amorosas em um futuro próximo. Entretanto, há vários indícios de que a não monogamia veio mesmo para ficar.

 

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Cada vez mais, nos deparamos com notícias sobre casos extraconjugais ou sobre casais adeptos do poliamor e do swing, encontrando nessas práticas prazer sexual e, muitas vezes, até novos motivos para serem felizes no relacionamento.

 

Silvia Rúbies diz que o crescimento da Gleeden mostra que as pessoas passaram a buscar por segurança e discrição nas aventuras fora do relacionamento.

 

“Um dos objetivos da plataforma é atender de maneira segura às expectativas e desejos dos homens e, sobretudo, das mulheres. Afinal, a liberdade amorosa ainda é encarada como tabu quando envolve o público feminino.”

 

Carmen concorda: “Tenho vivido bons momentos, sempre com muito respeito, sigilo e paixão. A Gleeden seleciona o tipo de interação que temos. Pretendo continuar vivendo momentos especiais com pessoas interessantes pelo tempo que for possível”, finaliza.

 

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