Estamos chegando ao fim do Outubro Rosa e não posso deixar de falar de um exame pouco conhecido e muito eficaz. Todas as informações sobre avanços relativos ao câncer de mama são importantes e devem ser divulgadas para que a mulher possa se prevenir ou descobrir a doença o mais cedo possível.
Para detectar este câncer, a mamografia – com acesso gratuito via SUS – continua sendo o método mais comum para o rastreamento, especialmente em mulheres sem sintomas, ressalta a doutora Maria do Socorro Maciel, mastologista e oncologista do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Não há dúvida de que a mamografia é o exame principal para detecção inicial de tumores mamários. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda a realização anual de mamografia por mulheres de 45 a 55 anos. Porém, a Sociedade Americana de Cancerologia defende o exame anual em pacientes acima dos 40.
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Mamografia
A mastologista recomenda fazer regularmente a mamografia, principalmente se há casos de câncer de mama na família. Com o histórico familiar, o exame deve ser realizado a partir de 10 anos abaixo da idade da pessoa quando teve a doença.
No início do ano, tomei conhecimento de um outro exame realizado na Rede Mater Dei de Saúde, em BH: a tomossíntese, também conhecida como mamografia 3D. Ela permite obter imagens detalhadas da mama, possibilitando o diagnóstico precoce.
Foi graças a este exame que uma amiga descobriu o câncer quando ainda eram cristais, antes da formação do tumor. Isso fez toda a diferença no tratamento. A ginecologista pediu mamografia, ultrassom e tomossíntese, ela foi fazendo aos poucos. Não apareceu nada nos dois primeiros, ficou tranquila. Fez o terceiro, sem esquentar a cabeça. Quando resolveu abrir o resultado, lá estava a notícia do câncer.
Como citei acima, a tomossíntese é semelhante à mamografia, mas utiliza um tubo de raio-x para registrar imagens de toda a mama em fatias de 1mm de espessura. Elas são obtidas de vários ângulos, permitindo reconstruir digitalmente a mama e visualizar suas estruturas internas. Com isso, permite identificar nódulos muito pequenos não registrados pela mamografia convencional.
Além disso, reduz o número de falsos positivos e falsos negativos, permitindo maior acerto do diagnóstico. É exame seguro, porque a radiação ionizante não ultrapassa a recomendação máxima aceita. De rápida execução, dura apenas alguns segundos, simultaneamente com a compressão mamária da mamografia.
Testes genéticos também podem identificar mutações em pacientes com histórico familiar de câncer, mas, segundo a especialista, nesse tipo de exame deve-se ter o acompanhamento de um oncogeneticista.
A doutora Maria do Socorro enfatiza que, além dos exames, a prática de atividade física e o controle da dieta são fundamentais para a prevenção do câncer de mama. Atividade física é considerada anti-inflamatório e deve ser prioridade, afirma.