A perda auditiva é uma condição comum entre os idosos, mas passa despercebida porque começa mais cedo e evolui aos poucos. Por isso, é muito importante que amigos, familiares e pessoas do convívio fiquem atentos a certos sinais que podem indicar essa alteração.
Assistir à televisão em volume elevado, ter dificuldade em acompanhar conversas e pedir para repetir várias vezes certas palavras ou frases são os sintomas mais clássicos da perda auditiva, que costumam se manifestar, principalmente após os 60 anos.
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O importante é conseguir identificá-los precocemente para buscar o tratamento adequado e evitar as consequências da perda auditiva, que afeta não apenas a comunicação, mas também a qualidade de vida, como explica Christiane Nicodemo, mestre em distúrbios da comunicação e linguagem, especializada em cuidados integrativos e reabilitação auditiva, e fonoaudióloga do Hospital Paulista.
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"A maior preocupação é com a predisposição ao desenvolvimento de demência precoce, provocada pela falta de estímulos auditivos. Vários estudos apontam essa combinação ao isolamento que a surdez provoca. Isso reforça a necessidade da prevenção, e, no caso dos idosos, as famílias e pessoas do convívio têm um papel importantíssimo, já que a perda auditiva é um problema de difícil percepção entre os pacientes", destaca a especialista.
Além desses sintomas mais conhecidos, outros pontos merecem atenção, como relatos de zumbido e o aparente desinteresse social. O zumbido pode ser uma resposta do cérebro à perda auditiva – e muitos começam a evitar situações sociais ou conversas, especialmente em ambientes ruidosos, pela dificuldade em ouvir.
Christiane alerta que pessoas que consomem tabaco, álcool, usam fones de ouvido em excesso ou ficam expostas a sons de alta intensidade são mais propensas a terem perda de audição. Para prevenir, o ideal é iniciar exames regulares de audiometria a partir dos 40 anos. De custo baixo, totalmente indolor e não invasivo, a audiometria dura cerca de 20 minutos.
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As informações são dispostas em um audiograma, que é um gráfico com as respostas do paciente aos sons emitidos. A partir da avaliação de um otorrinolaringologista, é feito o encaminhamento ao tipo de tratamento mais adequado a cada paciente.
Se a perda auditiva for identificada, pode ser necessário o uso de um aparelho para auxiliar na escuta. Para cada tipo de perda, existe um modelo que atende melhor. De acordo com o otorrinolaringologista Humberto Guimarães, o importante é começar o uso dentro de casa e fazer a adaptação aos poucos.
“Muitas pessoas, que já estão com uma perda de audição significativa, buscam o aparelho, colocam na hora e saem na rua com ele. Levam susto com todos os sons e ruídos que ouvem. Isso sem contar que muitas vezes o volume está alto demais. Isso traz tanto desconforto que a pessoa abandona o aparelho. O certo é usar em casa por duas ou três horas, por alguns dias. Observar se não está muito alto. Retornar ao local onde adquiriu o aparelho e ajustar, se necessário, e só então sair à rua, por algumas horas. A adaptação deve ser lenta e gradual”, explica.