Todo mundo está obcecado pelo casaco amarelo de Demi Moore em “A substância”. De vez em quando, surge uma roupa que realmente chama a atenção do público.

 

 

O trench coat de Humphrey Bogart em “Casablanca” é amado até hoje, a estampa de leopardo de Barbra Streisand em “Funny girl” fez todo mundo suspirar. Recentemente, a pele de lince de Jennifer Lopez em “As golpistas” antecipou a tendência moderna de “mob wives” (esposas de mafiosos).

 



 


Agora, outro item de destaque chama a atenção do público – e por um bom motivo: o casaco de lã amarelo-sol que a atriz Demi Moore usa no longa “A substância”. Parece estranho discutir um casaco do filme de “terror corporal” da diretora Coralie Fargeat, que tem cenas tão horríveis que está deixando o público enjoado.

 

 

 


O figurino não é o foco dessa viagem selvagem de duas horas e vinte minutos, na qual Moore interpreta Elisabeth Sparkle, de 50 anos, estrela de antigamente demitida de sua hora de fitness dos anos 1980, “Sparkle your life with Elisabeth”.

 


Em uma tentativa de permanecer relevante, Elisabeth se arrisca na “substância”, tratamento que promete liberar “uma versão melhor de si mesma”.

 


Essa “versão melhor” vem na forma de Sue (Margaret Qualley), a jovem e alegre duplicata de Elisabeth que sai da espinha dorsal de Moore (sim, espinha dorsal) para entrar no estrelato. Infelizmente, as duas mulheres não conseguem descobrir como jogar limpo. Enquanto lutam pelos holofotes, as coisas começam a decair, literalmente.

 

Jennifer Lopez e seu casaco de pele: estrela do estilo "mob wives"

Diamond Films

 


Em contraste com a paleta sangrenta de “A substância” está o guarda-roupa criado por Emmanuelle Youchnovski, todo azul brilhante e rosa metálico. As roupas de Elisabeth, especificamente, são compostas quase exclusivamente de cores primárias. No entanto, a peça mais chamativa é, sem dúvida, o casaco que ela veste durante todo o filme, a única constante em meio à deterioração.

 

 


É um bom casaco. Primeiro de tudo, a cor – amarelo-narciso chocante – brilhante, alegre e rica, mas digerível, fica no espectro entre limão e mostarda. Também ajuda Elisabeth não ter medo de adicionar mais cor sobre a peça já brilhante, usando-a com luvas laranjas e bolsa vermelha. Ela joga o casaco sobre a blusa roxa e consegue evitar parecer mascote do time de basquete Los Angeles Lakers.

 


Então, há o formato – as enormes lapelas que cobrem o peito de Moore, lembrando a parte inferior da juba de um leão quando amarradas. As dragonas direcionam o olhar para as mangas volumosas, controladas pelas tiras que cobrem cada pulso. O casaco ostenta aquele ajuste perfeitamente over sized, mas não opressivo. É aconchegante e chique.

 


O casaco atua como armadura externa de Elisabeth. À medida que ela se torna mais vulnerável e crua, continua a buscar sua lã amarela como proteção. Mesmo nos momentos em que deseja se esconder, não consegue deixar de vestir roupas que podem ser vistas da Estação Espacial Internacional.

 


Mas quem não quer ser envolto em lã rica, em uma cor que imita o Sol?

 


Pelo mesmo motivo, não é surpresa o público estar tão interessado neste item. Muitos planejam se vestir como Elisabeth no Halloween, encomendando imitações. A peça fomentou uma infinidade de memes, o indicador moderno da influência de um produto.

 


Assim como os trench coats de couro de “Matrix” ou a pele de Gwyneth Paltrow em “Os excêntricos Tenenbaums”, este momento cultural está prestes a ter grande impacto na alfaiataria. Então, não se surpreenda se você encontrar algum agasalho estilo Big Bird nas ruas no próximo inverno.

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