A campanha Novembro Azul busca conscientizar sobre a importância da prevenção do câncer de próstata, o segundo tipo dessa doença mais comum entre os brasileiros, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. De 2023 a 2025, esperam-se nada menos de 71,7 mil casos por ano. Realmente, um problema de saúde pública: o tumor maligno da próstata é a segunda maior causa de óbito por câncer entre homens.
“Infelizmente, é comum que o paciente procure o médico em situações de urgência, quando muitos problemas poderiam ter sido evitados com consultas regulares”, afirma o urologista João Paulo Barbosa de Oliveira, médico do Hospital Mater Dei Goiânia.
A doença é mais frequente na população masculina com mais de 50 anos. Para o diagnóstico precoce, são indicados o exame de PSA, que mede a quantidade do antígeno prostático específico no sangue, e o exame de toque retal, essencial para avaliar possíveis alterações na próstata, como tamanho e textura.
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Fatores como histórico familiar e obesidade aumentam o risco, especialmente no caso de tipos avançados da neoplasia. O especialista recomenda, antes de tudo, a adoção de hábitos saudáveis.
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“A dieta rica em gorduras saturadas e trans, presentes em carnes vermelhas e alimentos ultraprocessados, está associada ao aumento do risco de câncer de próstata”, alerta o doutor João Paulo, explicando que o acúmulo dessas gorduras pode causar inflamações crônicas e alterações hormonais, condições que favorecem o desenvolvimento de células cancerígenas.
Alimentação equilibrada, rica em antioxidantes e fibras, e a prática regular de exercícios físicos funcionam como barreiras de proteção para a próstata, ajudando a controlar inflamação e estresse oxidativo.
A campanha Novembro Azul não se limita ao câncer, contempla a saúde masculina em geral. Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 56% das mortes por doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) ocorrem entre homens – a expectativa de vida masculina é menor que a feminina. Entre as causas de morte mais frequentes estão doenças cardiovasculares, neoplasias e doenças infecciosas.
Recomenda-se ao homem a partir dos 50 anos se consultar com o urologista anualmente. No caso de câncer de próstata em parentes próximos, o controle deve ser feito já aos 45.
“Adolescentes devem ter consulta de orientação com o urologista entre os 12 e 18 anos. Em termos de comparação, as meninas dessa faixa etária vão 18 vezes mais aos ginecologistas que os meninos”, informa Oliveira.
Além do câncer, outras doenças urológicas exigem acompanhamento. A hiperplasia prostática benigna (HPB), ou aumento da próstata, é condição comum entre homens mais velhos, e a prostatite, inflamação da próstata, pode causar dor ao urinar, febre e outros sintomas desconfortáveis.
De acordo com o doutor João Paulo, o estresse afeta tanto o sistema hormonal quanto a saúde sexual masculina. “O estresse constante libera hormônios e neurotransmissores que alteram o equilíbrio hormonal, podendo levar à disfunção erétil, à perda de libido e até a problemas urinários, como dor pélvica crônica”, afirma.
O “dever de casa” nada tem de complicado: atividades físicas, controle do peso, redução do consumo de álcool, evitar o tabagismo e manter o sono adequado, além de visitar anualmente o urologista.