No Brasil, 30 milhões de pessoas são veganas ou vegetarianas, aponta pesquisa do Ibope. Não é pouca gente: elas correspondem a 14% da população, o que podemos notar em nosso convívio diário. O assunto ganha destaque porque se comemorou o Dia do Veganismo em 1º de novembro.
Volta e meia, algum conhecido para de comer carne, adotando o vegetarianismo. Ou então adere ao veganismo, sob o argumento de que não concorda com a crueldade imposta ao animal para que possamos nos alimentar, nos vestir e usar determinados objetos e produtos.
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Há quem deixe de usar bolsa e sapato de couro ou roupa de lã. Artistas exigem que sofás de camarins não tenham couro, proíbem estampas que façam alusão à fauna. É o caso de Paul McCartney.
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Em 2020, quando recebeu o Oscar de melhor ator pelo filme “Coringa”, Joaquin Phoenix aproveitou os holofotes mundiais para defender a causa vegana.
“Entramos no mundo natural, roubamos seus recursos”, discursou Phoenix. “Nos sentimos no direito de inseminar artificialmente uma vaca e roubar seu bebê quando ele nasce, mesmo que seus gritos de angústia sejam perceptíveis. E então bebemos o leite que é destinado ao bezerro e o colocamos em nosso café e cereal”, criticou.
Especialistas advertem: o vegano ou vegetariano deve substituir a proteína animal por nutrientes fundamentais para o ser humano, sob pena de déficits proteicos causarem problemas de saúde.
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O prato com bom valor nutricional deve ter 50% de verduras e legumes (crus ou cozidos), como abóbora, couve, brócolis e cenouras; 25% de cereais, de preferência arroz, aveia, milho, batata, inhame, cará e mandioca; e os outros 25% de leguminosas: feijão-preto, feijão-carioca, ervilha, lentilha e grão-de-bico, por exemplo.
Ricardo Laurino, vice-presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), comenta que as pessoas vêm descobrindo sabores e possibilidades – do prato mais natural a versões criadas por restaurantes, lanchonetes e indústria. Nas prateleiras dos supermercados, já há maionese, hambúrguer, queijos e carnes 100% vegetais.
Na internet, pipocam receitas de toda ordem: iogurte vegano de amêndoas, coxinha de jaca, leite de arroz, moqueca de palmito-pupunha, lasanha de abobrinha, nhoque de banana-da-terra, maionese de abacate, requeijão de castanha-de-caju, quibe de abóbora, hambúrgueres de lentilha e quinoa, além da carne de jaca.
Não é só comida: há shampoo, sabonete, cremes de toda ordem, lip gloss, base e pó facial veganos. Especialistas garantem que se trata de um mercado em expansão.
De acordo com a organização Veganuary e o HappyCow, serviço online especializado nesse tipo de alimentação, levantamento sobre restaurantes e empresas do setor contabiliza 9 mil locais dessa natureza na América Latina.
Famoso pelo torresmo, churrasco e o gosto pela picanha, o Brasil lidera o ranking, com 32,4% dos empreendimentos latino-americanos, seguido pelo México, com 25,9%; Argentina, com 10,6%; Colômbia, com 10,1%; e Chile, com 8,4%.