O aparelho reprodutor masculino -  (crédito: Ilustração/Correio Braziliense)

O aparelho reprodutor masculino

crédito: Ilustração/Correio Braziliense

Prometo que hoje será a última vez que toco no assunto este ano, mas acho importante divulgar informações sobre o câncer de próstata neste mês da campanha Novembro Azul. O doutor Carlo Passerotti, urologista e cirurgião do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, desmistifica crenças populares e esclarece fatos sobre a doença. O que é mito e o que é verdade?

 

• Ausência de sintomas significa ausência de câncer de próstata


“Mito. Nos estágios iniciais, o câncer de próstata é geralmente assintomático. Quando surgem, os sintomas podem ser confundidos com outras condições, como infecções urinárias ou hiperplasia benigna da próstata. Os sinais incluem dificuldade ao urinar, fluxo fraco, necessidade de urinar com frequência, dor ao urinar, presença de sangue na urina ou no sêmen, dor pélvica ou lombar e disfunção erétil. Portanto, é essencial realizar exames regulares, mesmo sem sintomas.” 


• O câncer de próstata afeta apenas homens idosos


“Mito. Embora a incidência seja maior após os 50 anos, o câncer de próstata pode ocorrer em qualquer idade, até mesmo antes dos 40. Cerca de 62% dos diagnósticos acontecem em homens com mais de 65, mas fatores como histórico familiar e obesidade aumentam o risco em qualquer fase da vida.”

 

 

• O exame de PSA, somente, é capaz de identificar a presença de câncer de próstata


“Mito. O exame de PSA mede os níveis do Antígeno Prostático Específico no sangue, o qual é produzido naturalmente pelo tecido prostático e está presente tanto na corrente sanguínea quanto no sêmen. É importante destacar que o PSA pode estar elevado em diversas situações, como infecções, inflamações ou crescimento benigno da próstata. Portanto, o nível elevado de PSA por si só não é suficiente para diagnosticar o câncer de próstata, mas serve como forte indicativo para a realização de outros exames. Por outro lado, o PSA baixo não descarta completamente a possibilidade de câncer de próstata, sendo necessário considerar outros fatores e realizar avaliação médica completa para obter um diagnóstico preciso.”

 

• O exame de toque retal é indispensável, mesmo com PSA normal


“Verdade. Trata-se de procedimento simples, rápido e indolor, para palpar a próstata e verificar se há alterações em seu tamanho, forma ou consistência. Ele é essencial para complementar o exame PSA, pois permite identificar lesões que podem não ser detectadas pelo teste de sangue.”

 

 

• Se não tenho casos na família, o risco de ter câncer de próstata é baixo


“Mito. Embora o histórico familiar aumente o risco, aproximadamente 85% dos casos ocorrem em homens sem parentes diagnosticados. Além disso, fatores como alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade têm papel importante no desenvolvimento da doença. Portanto, todos devem realizar exames regularmente.”

 

• Vida sexual ativa, uso de cuecas apertadas ou ficar muito tempo sentado causa câncer de próstata

 


“Mito. Não há evidências que relacionem esses fatores ao câncer de próstata. Os fatores de risco comprovados incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, dieta inadequada e falta de atividade física. Estudos sugerem que a vida sexual regular pode até ter efeito protetor.”

 

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• Transexuais femininas precisam fazer exame de próstata


“Verdade. Mulheres transgênero, travestis e pessoas não binárias também devem fazer exames de próstata conforme a recomendação médica. Elas ainda têm a glândula prostática e pode-se desenvolver câncer nela. O uso de hormônios femininos pode reduzir o tamanho da próstata e os níveis de PSA, mas não elimina totalmente o risco da doença.” (Isabela Teixeira da Costa/ Interina)