Kate Moss, símbolo da magreza exagerada nos anos 1990, era figurinha carimbada nas capas de revista, como a Vanity Fair -  (crédito: Reprodução)

Kate Moss, símbolo da magreza exagerada nos anos 1990, era figurinha carimbada nas capas de revista, como a Vanity Fair

crédito: Reprodução

 

 

Na semana passada, vi em material enviado pela Agência France-Presse (AFP) que a diretora da edição britânica da revista Vogue, Chioma Nnadi, em entrevista à BBC, declarou estar “muito preocupada” com o retorno da magreza entre as modelos, tendência ligada ao uso generalizado de medicamentos contra a obesidade.

 

 

“Vemos a magreza voltar à moda, apresentando-se como uma tendência, quando não queremos que seja. Todos deveríamos estar preocupados com isso, eu estou muito preocupada e muitos dos meus colegas também”, disse Chioma Nnadi, que assumiu as rédeas da revista britânica em outubro de 2023.

 

 

É curioso ver o retorno ao padrão do século passado, que foi derrubado há tantos anos, principalmente tomando como base o comportamento do mundo atual, no qual as pessoas estão cada vez mais se assumindo e se aceitando como são.

 

A prova concreta deste fato é a mudança da numeração de todas as marcas femininas, tanto brasileiras quanto internacionais, e a presença, cada vez maior, de modelos plus size nos desfiles.

 

 

Pelo visto, o que está levando as jovens à busca pela magreza é a facilidade de emagrecimento com o Ozempic, tratamento muito popular para diabetes que também atua contra a obesidade, sobre o qual já escrevi aqui algumas vezes. Essa é a mesma percepção de Chioma Nnadi que alerta para o grande número de celebridades fazendo uso do medicamento com a finalidade de perder peso.

 

“Penso que há certa mudança cultural na forma como pensamos e tratamos os nossos corpos”, afirmou Chioma Nnadi, garantindo que sua revista se esforça para mostrar modelos de todos os tamanhos.

 


No Reino Unido, a tendência de magreza extrema foi incorporada durante muito tempo pela top model Kate Moss, nos anos 1990 e início dos anos 2000. Apesar dos esforços de algumas marcas para apresentar modelos de todos os tamanhos durante as Semanas de Moda, Chioma afirma que “não há representação suficiente da diversidade de corpos, e algumas modelos são particularmente magras.”

 

 

Diante do risco do retorno das modelos extremamente magras, vale ressaltar que vários médicos aqui de Belo Horizonte, com os quais conversei sobre o uso de Ozempic, afirmam que é melhor usá-lo do que fazer uso de emagrecedores que têm componentes como anfetamina, extremamente prejudiciais ao organismo.