Casa de leilões Sotheby's em Genebra fez uma demonstração do colar antes de a peça ser vendida
 -  (crédito: Internet/reprodução)

Casa de leilões Sotheby's em Genebra fez uma demonstração do colar antes de a peça ser vendida

crédito: Internet/reprodução

 

Mês passado dei uma nota na minha coluna social sobre um colar misterioso do século 18 com quase 500 diamantes de 300 quilates, possivelmente relacionado com um escândalo que contribuiu para a queda de Maria Antonieta, e que seria leiloada este mês. Pois o leilão feito no último dia 11 foi um sucesso enorme, e a peça foi vendida por US$ 4,8 milhões (cerca de R$ 27 milhões).

 


Segundo material enviado pela Agência AFP, estimava-se que a joia, que sobreviveu intacta por "milagre" por mais de dois séculos, segundo Andres White Correal, chefe do departamento de joalheria da Sotheby's Europe, alcançaria um preço de entre 1,8 e 2,8 milhões de dólares (R$ 10,3 e R$ 16,1 milhões). Após um pregão animado em Genebra, o colar alcançou o valor de 3,55 milhões de francos suíços (R$ 23,18 milhões), elevando o total – após impostos e comissões – para 4,26 milhões de francos suíços (R$ 27,8 milhões).

 

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Além de ser uma peça excepcional, segundo especialistas, os diamantes do colar podem ter ligação com o “caso do colar de diamantes” da década de 1780, em que uma impostora se passou por Maria Antonieta para enganar um cardeal em uma trama complexa para roubar uma peça luxuosa.

 

 

Quando os joalheiros cobraram a dívida, a rainha negou envolvimento no caso. Durante esse meio tempo, os diamantes já haviam sido desmontados e vendidos em Londres. O escândalo, apesar de não envolver diretamente a rainha, manchou sua reputação e impulsionou o apoio à Revolução Francesa que estava por vir.


"Esta antiga joia espetacular é uma incrível sobrevivente da história", declarou a Sotheby's em comunicado prévio ao pregão. O colar, formado por três fileiras de diamantes, termina em duas borlas impressionantes. A elaboração destaca a transparência das pedras preciosas e confere grande flexibilidade a esta peça "rara e muito importante" da época georgiana, segundo a casa de leilões.

 

 

"A joia passou de família em família. Podemos começar no início do século 20, quando fazia parte da coleção dos marqueses de Anglesey", explicou White Correal à AFP. Diz-se que os membros desta família aristocrática exibiram a joia em público duas vezes: uma na coroação do rei George VI da Inglaterra, em 1937, e outra na de sua filha, a rainha Elizabeth II, em 1953.


Para além disso, pouco se sabe do colar, do joalheiro que a desenhou e do cliente original. Contudo, a opulência da peça estava inevitavelmente reservada a famílias reais, da alta nobreza ou as mais endinheiradas. "É uma obra-prima da época georgiana e uma lição magistral de design, artesanato e inovação técnica para a época", escreveu White Correal.


O nome de quem arrematou a peça continua em sigilo, mas ele declarou ser apenas um guardião. "Hoje em dia continua sendo tão relevante, sedutora e atrativa como quando foi criada há mais de 200 anos. Estou excepcionalmente feliz por ter ganhado este lote. Mas ele não me pertence, sou apenas o guardião até que a próxima pessoa apareça", disse.