Lá no século 20, Antônio Rogério Magri, que foi ministro do Trabalho do governo Collor, causou alvoroço ao declarar a jornalistas que cachorro também é gente. O ex-líder sindical foi alvo de piadas, mas ganhou defensores por sair em defesa dos bichos. Se fosse hoje, seria ovacionado.

 

 


O Instituto Pet Brasil, que reúne empresas especializadas em produtos para animais, informa que o nosso país atualmente abriga a terceira maior população de bichos de estimação do mundo, superado apenas pela China e pelos Estados Unidos.

 



 


São 62 milhões de cachorros e 30 milhões de gatos brasileiros. Contingente bem maior do que a nossa população de crianças menores de 14 anos, de cerca de 40 milhões, informa reportagem da Agência France-Presse (AFP).

 


O mercado dos bichos de estimação movimentou R$ 68,7 milhões no país em 2023, registrando crescimento de 14% em relação ao ano anterior, de acordo com o Pet Brasil.

 


Empresas oferecem de tudo a eles: cromoterapia, banhos de ozônio, reiki e até pet yoga , comprovando que o ex-ministro Magri foi até “profético”.

 


“Todo o processo que um humano tem, hoje em dia temos para os doguinhos”, afirmou à AFP Eliane Rodrigues, dona do Starpet Dog Spa, centro de beleza para cachorros que funciona em Brasília.
Além de tratamento relaxante com luzes coloridas, o spa oferece área de “low stress” para os bichinhos mais nervosos.

 

 


Consultas veterinárias incorporaram até tratamentos alternativos, como quiropraxia e acupuntura. “Nunca cuidei de ninguém dessa forma”, admitiu à AFP o músico carioca Marco Barroso, de 54 anos, que paga sessões semanais de acupuntura para o cachorro Lino, que tem câncer na pata. “Graças às terapias, ele voltou a ficar de pé”, comemora Barroso.

 

O taxista Wallace Torres se tornou motorista do hotel canino Rio Pet durante a pandemia. Passada a COVID, ele abraçou o ofício de vez. E não se arrepende. De 10 passageiros de Wallace, nove são cachorros.


“O universo dos pets mudou muito nos últimos anos. Novos conhecimentos foram adquiridos, com muitos estudos”, conta Fernanda Rizzon, proprietária da Banho dos Gatos, empresa brasiliense onde os felinos recebem reiki.


Essa técnica de origem japonesa consiste em colocar as mãos no corpo do paciente para transmitir “energia vital”, aliviando o estresse e doenças.


“A gente quer proporcionar saúde física, mas também saúde comportamental, uma saúde energética aos pets”, explica Rizzon.

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