O público infantojuvenil é importante para a economia brasileira, embora isso não seja considerado pela maior parte das pessoas. O segmento vai da indústria alimentícia à moda, passando pela diversão e entretenimento, entre outras atividades nas quais os “pequenos” dão as cartas atualmente.

 

 


A literatura dedicada às crianças tem ganhado espaço por meio de publicações inteligentes, capazes de despertar e instigar a fantasia da meninada. Além dos grandes clássicos, que incluem pérolas como “A bela adormecida”, “Cinderela” e “A bela e a fera”, artistas famosos se renderam ao fascínio de contar histórias para crianças. Exemplos são Jorge Amado, Monteiro Lobato, Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Ziraldo (com “O menino maluquinho”) e Vinicius de Moraes (poemas do livro “Arca de Noé” viraram até musical e inspiraram filme).

 



 


Temos de levar em conta as ilustrações, tão protagonistas quanto as palavras na narrativa infantil. O livro ilustrado faz essa combinação de forma completa: texto e imagens se fundem em união poderosa, com a finalidade de transportar os leitores para outra dimensão lúdica e espacial.

 


Levadas para mundos distantes ou situações cotidianas além da imaginação, as publicações são capazes de despertar sentimentos da meninada diante do enredo de cada história.

 

 


Especialistas consideram que o livro ilustrado deve fazer parte da vida das crianças desde os primeiros anos, pois ajudam a construir um repertório de aventuras fantásticas e coloridas que outras experiências não são capazes de proporcionar. É o que pensa a dupla Carolina Moreyra e Odilon Moraes, que vem se debruçando sobre esse universo e tem conquistado vários prêmios.

 


A dobradinha entre a escritora e o ilustrador está representada na coleção com 10 títulos com características bem particulares, entre elas a relação entre imagem e palavra no tempo e no espaço para criar ritmo.

 


“Enquanto...” (Editora Miguilim), o último lançamento do casal, realizado na Livraria da Rua, em BH, ficou engavetado por 10 anos até ganhar vida.

 


A narrativa começa com o tombo de uma criança, que grita pela mãe. A partir daí, surgem vários personagens, que atuam nos respectivos cotidianos individuais paralelamente à queda da menina. No final, há o retorno ao início, evocando a sincronicidade da vida das pessoas comuns.

 

 


Outra característica interessante é que, ao contrário de outras obras, as ilustrações não são equivalentes aos textos nas páginas do livro, ou seja, não vêm em duplas, lado a lado.

 


Esse descompasso intencional faz com que o processo da leitura se torne mais dinâmico. A palavra puxa a ilustração e a ilustração puxa a palavra.

 


Carolina Moreyra é escritora premiada. Seu primeiro livro, “O guarda-chuva do vovô”, publicado há 15 anos, deu-lhe os prêmios de Autora Revelação e de Melhor Livro do Ano pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

 


Odilon Moraes cria as próprias histórias para serem ilustradas, além de prestar serviços como ilustrador para editoras. Ele ganhou o Prêmio Jabuti em 1994, 2009 e 2007; recebeu três vezes a premiação da FNLIJ na categoria de Melhor Livro do Ano para Crianças.

 

* Isabela Teixeira da Costa/ Interina

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