Pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, descobriram que doses repetidas de paracetamol podem levar a problemas de saúde como insuficiência cardíaca, distúrbios renais e úlceras em pessoas com mais de 65 anos.

 

Comunicado à imprensa emitido em 12 de dezembro afirma que quem costuma tomar paracetamol, o ingrediente ativo do Tylenol, deve ter cuidado extra ao ingerir medicamentos para dores crônicas como osteoartrite.

 



 

Weiya Zhang, professor da Universidade de Nottingham, alerta que o uso prolongado de paracetamol está associado ao maior risco de desenvolver insuficiência cardíaca, doença renal crônica, hipertensão e úlceras pépticas, que afetam o revestimento da parte superior do intestino delgado e do estômago. A declaração do especialista foi publicada no periódico Arthritis Care and Research.

 

 

No início deste ano, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, questionaram a segurança do regular de paracetamol após descobrirem que o analgésico altera proteínas no tecido cardíaco. Publicado em abril, o estudo foi realizado em camundongos.

 

“Descobrimos que o uso regular de paracetamol em concentrações consideradas seguras (500 mg/dia) faz com que inúmeras vias de sinalização dentro do coração sejam alteradas”, disse Gabriela Rivera, autora do trabalho científico.

 

 

Camundongos que receberam paracetamol apresentaram alterações nos níveis de proteína associadas a “vias bioquímicas envolvidas em uma série de funções, como produção de energia, uso de antioxidantes e quebra de proteínas danificadas”, informou um comunicado à imprensa.

 

Enfatizou-se que o uso prolongado de doses médias ou altas do medicamento pode causar problemas cardíacos devido ao aumento do estresse oxidativo ou à maior quantidade de toxinas produzidas quando o remédio se decompõe.

 

 

Estudo divulgado em 2022 no periódico Circulation aponta que o paracetamol pode aumentar a pressão arterial quando tomado regularmente.

 

Pesquisadores avaliaram 110 pessoas com pressão alta aleatoriamente designadas para ingerir 1 mil miligramas do analgésico, ou cerca de três comprimidos de Tylenol de força regular, ou um placebo quatro vezes ao dia por duas semanas. Isso equivale a cerca de 4 mil miligramas, atingindo a dose diária máxima superior para um adulto saudável.

 

Encerrado o período, as pessoas que tomaram paracetamol passaram a ingerir placebo, enquanto aquelas que tomaram placebo receberam paracetamol por mais duas semanas. Aqueles que tomaram paracetamol viram sua pressão arterial aumentar cinco pontos, em média.

 

 

Pesquisadores da Universidade de Nottingham consideram necessário realizar mais trabalhos para entender melhor os impactos do medicamento.

 

“Apesar de sua segurança percebida, o paracetamol está associado a diversas complicações sérias”, diz o resumo do estudo, que recomenda: “Dada sua eficácia analgésica mínima, o uso de paracetamol como analgésico oral de primeira linha para condições de longo prazo em idosos requer reconsideração cuidadosa.”

 

Fica o alerta.

 

 

 

* Isabela Teixeira da Costa/ Interina

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