Anna Marina
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ANNA MARINA

Ainda a violência do nazismo

Embora o nome de Ilse Wagner esteja no "Diário de Anne Frank", a história da melhor amiga da adolescente, também vítima do Holocausto, é pouco conhecida

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Acredito que todo mundo conheça Anne Frank, ou Annelies Marie Frank, uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do Holocausto. Tornou-se uma das figuras mais discutidas da história, após a divulgação póstuma do “Diário de Anne Frank” (1947), no qual documentou suas experiências enquanto vivia escondida em cômodos ocultos de uma empresa durante a ocupação alemã nos Países Baixos, na Segunda Guerra Mundial. Anne Frank passou uma grande temporada de sua vida escondida com a família no sótão de um prédio.

 


Mas, um dia, seu esconderijo foi descoberto e os nazistas a levaram, assim como toda a família, para um campo de concentração. A vida de Anne Frank e sua família ficou conhecida porque, durante o tempo em que esteve escondida, escrevia um diário em que contava tudo que os judeus sentiam e sofriam nas mãos dos nazistas.

 


Encontrado depois da guerra, esse diário se transformou em um livro que correu o mundo. Dezenas de milhões de pessoas já leram neste livro o nome Ilse Wagner, e ainda assim a história da amiga e colega de classe de Anne Frank é pouco conhecida. Na manhã de 2 de abril, foi inaugurada em uma rua no Leste de Amsterdã uma pedra comemorativa com inscrições dedicadas à jovem e à sua família.

 


Segundo o jornalista Stéphanie Hamel, os "Stolpersteine", cubos de concreto recobertos de bronze, estão espalhados por toda a Europa e prestam homenagem individualmente às vítimas da Segunda Guerra Mundial. Helen Romain-Levien, prima de segundo grau de Ilse, que viajou de San Francisco, nos Estados Unidos, para a ocasião, falou durante a discreta cerimônia realizada em frente à última casa da família Wagner antes de serem deportados para os campos de extermínio.

 


"É bonito que eles estejam todos juntos, porque não estavam. Foram separados antes de serem mortos. Por isso é muito bonito reuni-los novamente", disse a americana, de 82 anos, à agência France Presse.

 


A data de 2 de abril foi escolhida para a cerimônia, deliberadamente, por ter sido o dia em que Ilse, sua mãe, Johanna, e sua avó Golda chegaram ao campo de Sobibor, onde foram imediatamente assassinadas pelos nazistas. Ilse tinha apenas 14 anos. Alfred, o pai de Ilse, havia morrido antes em Auschwitz. A família era judia ortodoxa.

 


"Anne Frank tem um museu inteiro com seu nome, e com razão. Mas, se olharmos para a história de Ilse Wagner, ela é tão horrível e macabra quanto a de qualquer outra pessoa durante essa guerra", disse Richard Grootbod – que estava presente na cerimônia –, coautor do podcast "Weggegumd" (Apagada), sobre a vida de Ilse.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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