Anna Marina
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Não há mais conversa e respeito pelas opiniões divergentes

Estamos cheios de certezas que precisamos tomar cuidado para não vivermos somente dentro da nossa ‘bolha’ sociocultural, onde convivemos com quem pensa como nós

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Nós, jornalistas, somos muito observadores e curiosos. Acho que faz parte do perfil da profissão. Claro que ser observador faz mais parte do perfil da pessoa. Segundo os psicólogos, os introspectivos são mais observadores, não é o meu caso. Mas como pessoas criativas também observam muito porque usam o que veem para ajudar nas suas criações – como é o caso de publicitários, artistas, compositores etc –, coloco os jornalistas neste balaio.

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O que quero dizer é que cada dia que passa tenho notado que as pessoas estão cada vez mais cheias de certezas. O que elas ouvem ou leem e combinam ou casam com o que pensam se tornam verdade absoluta. Como estamos vivendo em um mundo virtual, no qual nossos celulares “entregam” só o que é de nosso interesse, tudo que aparece vem apenas reforçar essa certeza.

Isso está levando as pessoas a se fecharem para o diálogo, para ouvir outras posições ou pensamentos que não sejam os seus, para as argumentações. E penso que é por isso que não há mais conversa e respeito pelas opiniões divergentes. O que é diferente não é aceito. Se o outro não concorda comigo, eu brigo.

Será que a dificuldade em respeitar opiniões divergentes e a tendência a brigar para impor nossas “verdades” é porque ficamos inseguros por sentir que nossa visão de mundo está ameaçada? Ou por sermos intolerantes e teimosos, temos dificuldade de abrir para uma nova ideia? Ou ainda por orgulho, achando que se abrirmos mão da nossa certeza, estamos nos rebaixando para o outro, como se ele fosse superior a nós?

Temos que tomar cuidado para não vivermos dentro da nossa “bolha” sociocultural, onde nos fechamos em nossas certezas e convivemos majoritariamente com quem pensa da mesma forma que nós. Isso reforça a ideia de que “eu estou certo e o outro está errado” – e qualquer um que discorde é visto com más intenções ou como “inimigo”.

A falta de respeito e os conflitos surgem quando as diferenças são vistas como ameaças em vez de oportunidades para aprendizado e crescimento, num contexto em que a identidade pessoal se sobrepõem ao diálogo.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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